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Carnavalescos garantem separação entre samba e futebol

8 fev 2013 - 17h52
(atualizado às 21h46)
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A ligação entre escolas de samba e torcidas organizadas sempre gerou polêmica. Este ano, Gaviões da Fiel, Mancha Verde e Dragões da Real dividem espaço no Grupo Especial de São Paulo. Porém, enquanto as manifestações de amor à camisa são incentivadas, a rivalidade entre os times deve ficar de fora da avenida. “Ainda há um preconceito em relação às escolas ligadas a torcidas, mas hoje a separação entre elas está mais clara. A diretoria sabe valorizar o espetáculo e os artistas do Carnaval. As diretrizes são diferentes e não há nenhuma interferência direta de nenhum dos dois lados”, defendeu o carnavalesco da Mancha Verde, Troy Orh.

<p>Segundo os carnavalescos há uma separação clara entre as torcidas organizadas e as escolas de samba que levam os mesmos nomes</p>
Segundo os carnavalescos há uma separação clara entre as torcidas organizadas e as escolas de samba que levam os mesmos nomes
Foto: Marcos Bezerra/Leo Pinheiro/Marcos Bezerra/Futura Press

Quando questionado sobre seu time do coração, o carnavalesco que está no seu segundo ano de Mancha brincou: “Agora sou palmeiras desde criancinha”. Porém, disse que apesar da afinidade com o time não deixa de usar qualquer cor ou animal para criar o desfile. “Já viemos com um carro com peixes gigantes, um símbolo de outro clube, porque fazia sentido no enredo. O bom senso prevalece, não há qualquer orientação da diretoria para não usar determinada coisa”.

Na hora de aceitar o convite para estrear no Carnaval paulistano pela Dragões da Real, o carnavalesco André Cezari também fez questão de deixar essa separação entre o time e a escola muito clara. “Não houve restrições em nenhum momento. Carnaval é arte. Vou fazer o que estiver ao meu alcance para agradar os integrantes da escola e o público, porque o Carnaval é de todos. Eu me senti muito lisonjeado com o convite, mas não sairia do Rio sem a garantia que teria liberdade total aqui”, garante o carnavalesco flamenguista e são-paulino.

Depois de quase 20 anos no Carnaval carioca, André concordou em se dividir entre a Beija-Flor de Nilópolis, onde é diretor de Carnaval, e a Dragões. Em São Paulo, optou por usar apenas profissionais da escola, sem trazer parte de sua equipe do Rio de Janeiro. “Minhas escolas são como filhas para mim. Quando estou montando um desfile é como se estivesse fazendo minha Mona Lisa”, afirmou.

Outro veterano do Carnaval carioca que estreia em São Paulo este ano é Max Lopes, responsável pelo desfile da Gaviões da Fiel e da Viradouro. Em solo carioca, o carnavalesco é Botafogo, mas diz que sempre torceu para o Corinthians em São Paulo. “Esta foi a primeira vez que encarei um conflito entre cabeça e coração. Meu envolvimento emocional foi grande e acho que o resultado será positivo. Vamos fazer um Carnaval muito bonito”, prometeu.

Conhecido como “Mago das Cores”, o carnavalesco tem como característica marcante a construção de desfiles multicoloridos. “Eles não esperavam um Carnaval preto e branco. Não tive qualquer restrição artística”, afirmou. A dificuldade do veterano dos carnavais cariocas esteve mais aliada às questões técnicas. “O processo de construção de um Carnaval no Rio é muito diferente do de São Paulo. Lá, trabalho com carros motorizados, elevadores hidráulicos, aqui os carros são empurrados na mão, a técnica é outra”.

O convite para Max assumir a Gaviões veio em cima da hora, já em setembro. O enredo “Ser fiel é a alma do negócio”, que fala sobre a publicidade brasileira foi sugerida pela direção. “Gostei de cara porque era um tema que nunca havia trabalhado e acho muito interessante. A propaganda brasileira é muito respeitada lá fora, é uma forma de arte”, contou o carnavalesco.

A Mancha Verde desfilará no Anhembi com o enredo “Mario Lago – Um homem do século XX”, que homenageia o ator. “A ideia veio do presidente da escola. O Carnaval da Mancha é puramente cultural”, garantiu Troy. Já a Dragões da Real fala sobre o próprio símbolo com o tema “Dragão, guardião real, mostra seu poder e soberania na corte do Carnaval”. A escola entrará na avenida no último dia do ano do dragão no calendário chinês e contará a história da figura na mitologia, antigas civilizações, literatura, cinema e até em desenhos animados. “A Dragões está no momento de se firmar como uma das grandes escolas da cidade. E este será um grande Carnaval”, disse André.

Mancha Verde e Dragões da Real desfilarão nesta sexta-feira,  enquanto a Gaviões da Fiel se apresenta no sábado. A convivência entre as duas torcidas no primeiro dia do Carnaval não é motivo de preocupação para as escolas. “Já houve problemas entre as torcidas no passado, mas os conflitos nunca partiram dos líderes. O pessoal da torcida organizada está muito bem orientado em relação a isso. Teremos um Carnaval tranquilo”, defendeu Troy. Segundo os carnavalescos, também há comunicação entre a direção das escolas. “Eles se conhecem, convivem e tem uma relação boa, baseada no respeito que todos têm pelo Carnaval”, afirmou Troy.

Carnaval ao vivo no Terra 

O Terra transmite entre os dias 7 e 12 de fevereiro a passagem dos principais trios-elétricos pelos circuitos Barra-Ondina e Campo Grande de Salvador ao vivo e de graça no Terra via computadores, tablets, smartphones ou televisores conectados. A transmissão será em alta definição (HD) ou qualidade standard - dependendo da disponibilidade de banda do usuário - para todo o Brasil e demais países da América Latina. O portal também transmitirá tradicionais bailes e blocos de rua do Rio de Janeiro.

Já no dia dos desfiles das escolas de samba do Rio e de São Paulo, o público poderá acompanhar todos os detalhes através de narração minuto a minuto e a apuração nota a nota que definirá as campeãs.

Fonte: Terra
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