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"Rasgaram envelope vazio", diz advogado da Camisa Verde e Branco

23 fev 2012 - 15h24
(atualizado às 22h34)
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Marina Azaredo
Direto de São Paulo

Bastante irritado, o advogado da escola de samba Camisa Verde e Branco, Adriano Salles Vanni, falou à imprensa na saída do Deatur (Delegacia Especializada em Atendimento ao Turista) e lamentou a investigação sobre a suposta premeditação dos tumultos ocorridos durante a apuração do Carnaval paulistano, na terça-feira (21), em São Paulo.

"Rasgaram envelope vazio e não os votos", exaltou, dizendo não ter recebido a intimação da polícia pois esta teria sido deixada no barracão da escola de samba. Ele também negou que integrantes da agremiação que representa tenham tido alguma relação com a depredação ocorrida no entorno do Anhembi após o início do tumulto. "As imagens falam por si. Os membros da camisa não dilapidaram patrimônio público".

Vanni deixou o local de forma abrupta, empurrando repórteres com grosseria e dizendo que os esclarecimentos serão feitos pela polícia.

Minutos depois, o delegado Osvaldo Nico Gonçalves voltou a falar com jornalistas na porta do Deatur, listando uma lista com nomes de nove pessoas já intimadas para depor nos próximos dias. "Vou indiciar e, se bobear, pedir a prisão preventiva", disse, voltando a abordar o suposto acordo para que nenhuma escola fosse rebaixada.

Vagner da Costa, da Gaviões da Fiel, Edilson Gazau, da Pérola Negra, e Luciana Silva, presidente da Tom Maior, serão ouvidos nesta sexta-feira (24). Paulo Sergio Ferreira, mais conhecido como Serginho, da Liga das Escolas de Samba de São Paulo, e Negritão, Caio e Renato Maluf, da Vai-Vai, na segunda-feira (27).

O diretor de Carnaval da Camisa Verde e Branco, Alexandre Salomão, e a integrante da diretoria da agremiação, Josélia Alves, tinham depoimentos marcados para as 14h desta quinta-feira (23). Os dois chegaram ao local às 16h, duas horas depois do horário marcado.

Entenda o caso

Faltando apenas uma nota dez para assegurar o título da Mocidade Alegre, Tiago Ciro Tadeu Faria, 29 anos, integrante da Império de Casa Verde, invadiu a área de apuração, tomou o último envelope das mãos do leitor e o rasgou.

Após o início da confusão, três suspeitos foram flagrados em vídeo ateando fogo em um carro alegórico. Eles usavam camisas da escola de samba Gaviões da Fiel, mas a polícia investiga ainda o envolvimento de integrantes de outras agremiações no tumulto, entre elas a Vai-Vai, a Império de Casa Verde e a Camisa Verde, segundo o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, da Deatur.

O tumulto fez com que o Gonçalves anunciasse a detenção do principal responsável por ele: Tiago Farias. Cauê Santos Pereira, 20 anos, integrante da Gaviões da Fiel, também foi detido, por atirar objetos. De acordo com o major da Polícia Militar de São Paulo, Alexandre Gaspariano, cinco integrantes de escolas de samba foram detidos.

O tumulto se espalhou no entorno do Sambódromo. Torcedores foram filmados chutando os portões próximos à área da dispersão e, pouco depois, um carro alegórico da Pérola Negra foi incendiado por um grupo identificado pelo delegado como parte da Gaviões da Fiel. A alegoria tinha estrutura de palha, representando um índio gigante, e acabou totalmente destruída pelo fogo.

Na própria terça-feira (21), uma reunião extraordinária entre a Liga das Escolas de Samba e os diretores das agremiações foi montada para decidir o desfecho do Carnaval 2012, que deixou o título com a Mocidade Alegre.

O representante da agremiação, Adriano Salles Vanni, fala com a imprensa no Deatur nesta quinta-feira (23)
O representante da agremiação, Adriano Salles Vanni, fala com a imprensa no Deatur nesta quinta-feira (23)
Foto: Diogo Moreira / Futura Press
Fonte: Terra
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