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Deficiente visual, sanfoneira toca forró em Campina Grande

5 jun 2012 - 11h38
(atualizado em 7/6/2012 às 08h55)
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Lenildo Ferreira
Direto de Campina Grande

A noite da última segunda-feira (4), foi de público pequeno e sem atrações no palco principal do São João de Campina Grande. Portanto, o show ficou por conta dos trios de forró e da animação das palhoças. No salão de um destes bares, cerca de uma dezena de casais arrastou o pé ao som da zabumba, do triângulo e da sanfona do Trio Guerreiros do Forró.

Alguns nem perceberam, mas, sobre o pequeno palco, o trio que marcou o ritmo da dança tinha uma particularidade que o diferenciava dos demais que se apresentaram na quarta noite do Maior São João do Mundo. Aliás, não apenas uma, mas duas particularidades: O zabumbeiro e a sanfoneira são deficientes visuais.

O homem da zabumba não é de muita conversa, bem ao contrário da sanfoneira Marinélia, 37 anos. Ela, que nasceu cega, aprendeu a tocar sanfona de ouvido há vinte anos e há sete faz apresentações com trios de forró. "Peguei uma sanfona e comecei devagar. Sinceramente, não tive o menor problema para aprender", contou.A sanfoneira esbanjou simpatia e revelou que a paixão pela música só encontra concorrência no jornalismo. "Somos colegas. Também sou jornalista", avisou Marinélia à reportagem do Terra.

A paixão pela notícia ela aperfeiçoou nas salas de aula da Universidade Estadual da Paraíba. Já o amor pela sanfona, instrumento considerado difícil de se dominar, veio através da prática autodidata. "Sempre gostei de música, porque é comum o deficiente visual ter inclinação para a música. Sempre admirei Luiz Gonzaga, Três do Nordeste e achei que o forró estava em mim. Hoje, graças a Deus, tenho certeza disso", disse a instrumentista.

Marinélia aprendeu a tocar sanfona sozinha há 20 anos
Marinélia aprendeu a tocar sanfona sozinha há 20 anos
Foto: Lenildo Ferreira / Especial para Terra
Fonte: Especial para Terra
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