Biografia de Paul Newman revela que astro era alcoólatra
- Kamille Viola
- Direto do Rio de Janerio
Um dos maiores ícones americanos de todos os tempos, um dos homens mais bonitos do mundo, filantropo, casado por 50 anos com a mesma mulher, ainda com ares de apaixonado. A vida do ator Paul Newman parecia saída de um grande clássico das telas. Ao olhar de perto, no entanto, a história do astro tem detalhes nada glamourosos, como seu alcoolismo e o caso que teve com uma jornalista.
É o que revela Paul Newman: Uma Vida (ed. Agir, 560 págs., R$ 59,90), do jornalista Shawn Levy. O livro começou a ser feito em 2005, quando o ator ainda estava vivo, e ficou pronto em 2008 - ano da morte de Newman. "Ele morreu em setembro e eu terminei o livro em novembro", lembra Levy.
Newman não quis falar para o livro. Mas o autor seguiu em frente, já que a legislação de seu país permite biografias não autorizadas. "Quando alguém morre nos Estados Unidos, tem-se acesso a registros oficiais, como arquivos militares e fiscais. Além disso, encontrei material nunca visto, como uma entrevista feita por alunos da Universidade de Columbia, um documento de 150 páginas", descreve.
Entre as revelações do livro, está o caso de Newman com a jornalista Nancy Bacon, enquanto ele era casado com sua segunda mulher, Joanne Woodward - com quem ficou 50 anos, até sua morte, aos 83. O affair começou em 1968, quando Newman filmava Butch Cassidy, de George Roy Hill. O namoro durou um ano e meio.
"Ele e Joanne eram casados há dez anos quando ele teve esse caso e ficaram juntos mais 40 anos depois disso. Isso diz mais sobre ele do que o fato de ter tido um caso", defende Levy. "Para um homem de tanta fama, ele tinha um caráter muito bom. Quando falei com a Nancy Bacon, eu disse: 'Não estou interessado em você e Paul, mas em como ele e Joanne passaram por isso. Se a mulher o perdoou, eu também posso'", acredita o autor.
Outro momento complicado é o drama com o filho Scott, que morreu de overdose de álcool e drogas aos 28 anos. "Paul Newman bebia muito álcool e não sabia lidar com o vício do filho. E ele próprio já era filho de um homem com quem não tinha boa relação", observa o biógrafo.
Levy resolveu escrever sobre o ator porque não conhecia nenhum livro relevante sobre ele. "A história dele é uma grande história americana. Fiquei impressionado ao ver que os amigos dos meus filhos, de 20 anos, diziam: 'Uau, o cara das saladas (Newman tinha uma marca de alimentos) era ator?'", conta.
Shawn Levy, que já escreveu biografias de aristas como Mick Jagger e Jerry Lewis, acabou virando fã de Newman. "Ele era comprometido com tudo o que fazia. Se fosse apenas um homem de negócios ou um filantropo, ainda assim seria conhecido", avalia.