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Leonard Nimoy, o sr. Spock de ‘Jornada nas Estrelas’, morre aos 83 anos

27 fev 2015 - 17h18
(atualizado às 17h18)
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Leonard Nimoy, famoso por sua interpretação do sr. Spock no seriado e nos filmes de ficção científica "Jornada nas Estrelas", morreu aos 83 anos depois de lutar contra uma doença pulmonar crônica.

Ator Leonard Nimoy fala a moradores na cidade de Vulcan, Alberta. 23/4/2010
Ator Leonard Nimoy fala a moradores na cidade de Vulcan, Alberta. 23/4/2010
Foto: Todd Korol / Reuters

Nimoy, que teve uma relação de amor e ódio com seu personagem meio humano e meio alienígena de grande lógica, morreu na manhã desta sexta-feira. Sua neta confirmou a morte na conta oficial do ator no Twitter, @TheRealNimoy.

"Leonard Nimoy criou um modelo positivo que inspirou inúmeros telespectadores a aprender mais sobre o universo. Hoje, muitas destas pessoas são entusiastas do espaço e líderes da indústria”, disse o executivo-chefe da Fundação Espacial, Elliot Pulham, em comunicado.

No ano passado, Nimoy revelou no Twitter ter sido diagnosticado com a doença pulmonar degenerativa.

"Parei de fumar 30 anos atrás. Não foi cedo o suficiente!”, escreveu aos seus mais de 810 mil seguidores. “O vovô está dizendo, parem agora!!”

Nimoy teve outros papéis durante sua longa carreira na televisão, no cinema e no teatro, e dirigiu filmes de sucesso, escreveu livros, compôs poesias, publicou fotos e gravou músicas – mas sempre será lembrado como o meio-vulcano, meio-homem Spock da série original "Jornada nas Estrelas" dos anos 1960 e da franquia de filmes que a sucedeu.

Conhecido por conter as emoções e usar a lógica mais rígida para guiar suas ações, Spock se tornou um dos personagens mais conhecidos e amados da ficção científica da segunda metade do século vinte.

Durante anos, Nimoy se ressentiu por ser limitado a Spock, mas no fim das contas aceitou que sua vida sempre estaria entrelaçada ao extraterrestre que inspirou um culto fervoroso de fãs.

Seus sentimentos foram resumidos nos títulos de seus dois volumes de memórias, “Eu não sou Spock”, de 1975, e “Eu sou Spock”, lançado duas décadas mais tarde.

“Estava envolvido em uma espécie de cruzada para desenvolver uma reputação como ator de algum calibre”, escreveu ele no primeiro livro.

“Passei por uma verdadeira crise de identidade. A questão era acolher o senhor Spock ou lutar contra a avalanche de interesse público. Agora percebo que na verdade não tinha escolha. Spock e 'Jornada nas Estrelas' estavam plenamente vivos e não havia nada que eu podia fazer para mudar isso."

Ainda assim, ele escreveu que, se tivesse a chance de ser qualquer outro personagem de TV, escolheria Spock.

Nimoy questionou os criadores da série muitas vezes no tocante à sua concepção de Spock, e sua opinião foi responsável por muitos aspectos do personagem.

Foi ele quem bolou o golpe vulcano nos nervos que fazia seus inimigos perderem a consciência, assim como a saudação “viva longamente e prospere” com os dedos separados em forma de V, que ele declarou ter sido inspirada pelo gesto que testemunhou em uma sinagoga quando era menino.

"Jornada nas Estrelas" acompanhava a tripulação da nave Enterprise em suas explorações de outros mundos e encontros com alienígenas. Ao lado de William Shatner, que interpretou o capitão James T. Kirk, Spock ajudou a transformar o seriado em um fenômeno cultural.

Shatner e Nimoy às vezes tinham uma rivalidade profissional, mas mantiveram uma longa amizade.

“Eu o amava como a um irmão. Sentiremos falta de seu humor, seu talento e sua capacidade para amar”, declarou ele em um comunicado.

A série original foi cancelada em 1969 após meras três temporadas, mas era sucesso nas reprises dos anos 1970 e foi para as telas dos cinemas no fim da década, rendendo várias sequências.

No bem-sucedido “Star Trek”, de 2009, o ator Zachary Quinto assumiu o papel do jovem Spock, mas Nimoy fez uma breve participação como a versão mais velha do personagem.

Nimoy foi casado duas vezes e teve dois filhos.

(Reportagem adicional de Eric Kelsey, em Los Angeles; e de Patricia Reaney, em Nova York)

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