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Médico reafirma inocência e diz que Michael Jackson mentiu

11 nov 2011 - 00h47
(atualizado às 01h28)
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O médico acusado pela morte de Michael Jackson, Conrad Murray, reafirmou sua inocência e acusou o cantor de mentir sobre seu histórico médico e os remédios que tomava em entrevista exclusiva ao canal de televisão NBC, cuja primeira parte foi transmitida nesta quinta-feira.

Murray, 58 anos, concordou em responder as perguntas do programa Today dias antes que o júri o declarasse culpado de homicídio involuntário.

O médico garantiu que nunca soube das dependências do cantor e que antes que fosse seu paciente, Jackson já usava propofol, anestésico de uso hospitalar que causou sua morte no dia 25 de junho de 2009 devido a uma intoxicação aguda.

"Odiaria ter de culpar Michael como pessoa. Não lamento tê-lo conhecido. Queria que nossa relação tivesse sido mais clara e honesta", declarou Murray à jornalista Savannah Guthrie, que lhe perguntou se ele acreditava que o músico havia mentido.

"Definitivamente", respondeu Murray, considerando que Jackson o havia enganado por não compartilhar com ele todo seu histórico médico, não dizer que médicos visitava e que tipo de tratamento estava recebendo.

O médico confessou que nunca acreditou que Jackson o teria contratado simplesmente para administrar propofol, mas reconheceu que foi incorreto se dedicar a lhe fornecer o remédio. "Acho que não é recomendado usar propofol em casa, mas não está contra-indicado", ressaltou o doutor, insistindo que tentou retirar pouco a pouco o anestésico da rotina do cantor.

Todos os médicos que testemunharam no julgamento consideraram inaceitável a administração de propofol em um ambiente doméstico, onde não existe suficiente equipamento médico para controlar o estado do paciente durante a sedação. Murray admitiu que "deveria ter ido embora", mas dessa forma "teria abandonado um amigo", disse.

Nas horas anteriores à sua morte, o rei do pop era "um homem desesperado" por propofol, segundo descreveu Murray, acrescentando que a última coisa que Jackson fez antes de morrer foi "implorar" por essa substância que ele chamava de "leite".

O cantor sofria problemas de insônia e estava convencido que somente esse forte anestésico podia fazê-lo dormir, segundo foi revelado no julgamento.

Conrad Murray foi o único acusado pela morte de Jackson e após seis semanas de julgamento, no último dia 7 o júri considerou o médico culpado. Atualmente preso de forma provisória, Murray conhecerá sua pena no dia 29 de novembro, quando o juiz Michael Pastor divulgar a sentença que pode ser de até quatro anos de prisão.

A Promotoria considerou que as ações de Murray e sua negligência foram determinantes na morte de Michael Jackson, enquanto a defesa sustentou que o artista era um viciado e tomou uma dose mortal de propofol quando o médico estava ausente.

O programa Today transmitirá a segunda parte da entrevista na sexta-feira.

Conrad Murray foi considerado culpado pela morte de Michael Jackson
Conrad Murray foi considerado culpado pela morte de Michael Jackson
Foto: AP
EFE   
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