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Aos 90 anos, morre no Rio o Acadêmico Antonio Olinto

12 set 2009 - 09h34
(atualizado às 13h33)
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O escritor e Acadêmico Antonio Olinto morreu na madrugada deste sábado (12), por volta de 4h30, de falência múltipla dos órgãos. O corpo será velado no Petit Trianon e sepultado no Mausoléu da Academia, no Cemitério de São João Batista, Botafogo. Olinto estava em sua casa, em Copacabana, no Rio de Janeiro, e, aos 90 anos de idade, ocupava a cadeira nº 8 da Academia Brasileira de Letras.

"Perde o Brasil um de seus mais ilustres intelectuais, e a Academia um de seus mais atuantes confrades", disse o Presidente da ABL, Cícero Sandroni, além de ter declarado luto oficial por três dias.

Sua obra abrange poesia, romance, ensaio, crítica literária e análise política.

Histórico

Antonio Olyntho Marques da Rocha nasceu em Ubá, Minas Gerais, em 10 de maio da 1919, filho de José Marques da Rocha e de Áurea Lourdes Rocha. Foi casado com a escritora Zora Seljan, morta no Rio em 2006, e não teve filhos.

Eleito membro da Academia em 31 de julho de 1997, sucedendo ao escritor Antonio Callado, ocupou também o cargo de diretor-tesoureiro nas gestões de 1998 a 2000. Nesse período foi diretor da Comissão de Publicações da qual saíram 24 volumes da Coleção Afrânio Peixoto, além de coordenar o seminário Monteiro Lobato.

Nomeado Adido Cultural em Lagos, Nigéria, pelo governo parlamentarista de 1962, em quase três anos de atividade, fez cerca de 120 conferências na África Ocidental, promoveu uma exposição de pintura sobre afro-brasileiros, colaborou em revistas nigerianas e escreveu uma trilogia de romances, A Casa da Água, O Rei de Keto e Trono de Vidro, traduzidos em dezenove idiomas (inglês, italiano, francês, polonês, romeno, macedônio, croata, búlgaro, sueco, espanhol, alemão, holandês, ucraniano, japonês, coreano, galego, catalão, húngaro e árabe) e com mais de trinta edições fora do Brasil.

De 1965 a 1967 foi Professor Visitante na Universidade de Columbia em Nova York, onde ministrou um curso sobre Ensaística Brasileira. Na mesma ocasião, fez conferências nas Universidades de Yale, Harvard, Howard, Indiana, Palo Alto, UCLA, Louisiana e Miami. Escreveu uma série de artigos sobre a Escandinávia, o Reino Unido e a França.

Dirigiu e apresentou os primeiros programas literários de televisão no Brasil, na TV Tupi, e em seguida nas TVs Continental e Rio. Foi crítico literário do jornal O Globo. Em 1973, fundou, junto com Zora Seljan, o The Brazilian Gazette, em Londres e em inglês, que existe até hoje.

Nos últimos anos proferiu conferências em seminários no Brasil e no exterior. A convite do Governo português, em 2000, participou das Jornadas da Lusofonia realizadas em Lisboa, Estocolmo, Gotemburgo, Lund e Copenhague.

Em 2002, foi eleito Presidente da Comissão Nacional Organizadora do Centenário de Nascimento de Ary Barroso, que foi celebrado com várias comemorações pelo País e pelo exterior. Para homenagear Ary Barroso, Antonio Olinto lançou o livro Ary Barroso, a História de uma Paixão.

Recebeu o Prêmio Machado de Assis, em 1994, pelo conjunto de obras da Academia Brasileira de Letras, a mais alta láurea literária do Brasil. Em 2003, inaugurou na Faculdade de Letras Ozanan Coelho, de Ubá, uma biblioteca de 34 mil volumes que recebeu o seu nome. Em 2004, o Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro outorgou-lhe o Título de Sócio Grande Benemérito.

Antonio Olinto morreu de falência múltipla de órgãos, neste sábado (12), no Rio de Janeiro
Antonio Olinto morreu de falência múltipla de órgãos, neste sábado (12), no Rio de Janeiro
Foto: Divulgação
Fonte: Redação Terra
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