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"A terapia me ajudou a superar tudo o que eu passei", diz Christian Pior

1 set 2010 - 16h14
(atualizado às 21h26)
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Gisele Alquas
Direto de São Paulo

Ele é excêntrico, extrovertido e muito engraçado. Dono de bordões como "ovulei" e "bicha má", que caíram no gosto popular, é um dos que anima as noites de domingo no Pânico na TV. Mas quem vê Christian Pior não faz idéia do que seu intérprete, Evandro Santo, já passou em sua vida. Agora as pessoas estão o conhecendo melhor. O humorista concordou que sua história fosse transformada em uma espécie de reality show chamado 'O Nome do Pai', que está no ar no programa há algumas semanas. Nele, Evandro volta para sua cidade, Uberaba, em Minas Gerais, para reencontrar sua mãe, que não via há 20 anos, desde que saiu de casa.

Para superar tudo o que já passou, ele contou com uma poderosa aliada: a terapia. "Foram sete anos, de 1999 a 2006. Eu não deitava no divã porque achava que a terapeuta não iria prestar atenção no que eu falava. Eu contava a minha vida olhando nos olhos dela. E foi isso que me ajudou a superar tudo que eu passei", desabafa Evandro, em entrevista ao Terra.

Nascido em Belo Horizonte e criado em Uberaba, Evandro é homossexual assumido. Sem ter conhecido o pai e vivendo com a mãe e o padrasto, o humorista saiu de casa porque nenhum dos dois aceitou sua orientação sexual e o expulsaram. Sozinho, ele se mudou para São Paulo, e como não conhecia ninguém, chegou a morar na rua e passar fome, até que descobriu seu talento para o humor. Fez parte de grupos de teatro, participou de telegramas animados e em 2007, entrou para o Pânico na TV.

Superação

Por ter vencido os obstáculos da vida, hoje, aos 36 anos, o humorista não se importa em compartilhar sua história com os telespectadores do programa: "É uma forma de incentivo para outras pessoas. Depois que entrou no ar, muitos que cruzam comigo dizem que já passaram pelo mesmo problema. É uma maneira de mostrar que não é só rico que se dá bem, ou só quem é apadrinhado por alguém. Não conhecia ninguém quando cheguei a São Paulo e não andava com as pessoas certas. Espero que, mostrando tudo que eu já passei na minha vida, sirva de exemplo pra muita gente", afirma.

A ideia da história do intérprete de Christian Pior virar uma espécie de reality show do Pânico na TV, surgiu quando ele participou de um quadro que o programa levou ao ar no domingo do Dia dos Pais, onde os outros integrantes estavam acompanhado de seus pais. Evandro era o único solitário, e em determinado momento da atração, ele demonstrou desconforto, chegando até a dizer no ar que não queria mais participar do quadro. "Eu não tinha nada que fazer ali, já que praticamente não tenho pai, nunca o vi em toda minha vida, não faço ideia de quem seja. Mas, durante o quadro, eu percebi que deveria retomar essa história. Temos feridas que as vezes outras pessoas têm que colocar o dedo pra gente sentir. Foi o que aconteceu", diz.

Segundo Evandro, o quadro "O Nome do Pai" ainda tem alguns episódios pela frente. Questionado se já se encontrou com sua mãe, ele não revela, mas deixa um suspense: "não sei, quem sabe. Também não sei como seria meu encontro com ela, a nossa reação, pode ser que não dê em nada, pode ser que a gente volte a se dar bem. Mas não vou contar, assistam o Pânico na TV todo domingo que vocês vão se surpreender com o desfecho dessa história", avisa.

O humorista Evandro Santo, do 'Pânico na TV', fala sobre sua vida difícil em um quadro do programa
O humorista Evandro Santo, do 'Pânico na TV', fala sobre sua vida difícil em um quadro do programa
Foto: Celso Akin / AgNews
Fonte: Redação Terra
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