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Walmor foi um ídolo de gerações, diz ministra Marta Suplicy

19 jan 2013 - 16h32
(atualizado às 16h40)
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A Ministra da Cultura Marta Suplicy também lamentou a morte de Walmor Chagas. Em comunicado divulgado neste sábado (19), ela lembrou a importância de seu legado para o teatro e o denominou como um “ídolo de gerações”.

"Seu trabalho desbravador, que estendeu-se à TV e ao cinema, fez de Walmor um ídolo de gerações", disse ministra da cultura, Marta Suplicy, sobre morte de Walmor Chagas
"Seu trabalho desbravador, que estendeu-se à TV e ao cinema, fez de Walmor um ídolo de gerações", disse ministra da cultura, Marta Suplicy, sobre morte de Walmor Chagas
Foto: CEDOC/TV Globo / Divulgação

“Uma vida dedicada aos palcos, desde o TBC (Teatro Brasileiro de Comédia), tornou Walmor Chagas um dos grandes do teatro brasileiro. Seu trabalho desbravador, que estendeu-se à TV e ao cinema, fez de Walmor um ídolo de gerações. O Brasil chora sua perda e lembrará para sempre suas obras que marcaram um dos mais importantes períodos de nossa arte”, dizia a nota de pesar.

O ator Walmor Chagas foi encontrado morto em sua chácara, em Guaratinguetá, cidade localizada no Vale do Paraíba, interior de São Paulo (SP). A Sala de Comunicações da Polícia Civil da cidade chegou a divulgar que o óbito foi devido a um tiro no peito, mas no final da noite, corrigiu dizendo que foi na cabeça. A polícia investiga o caso e inicialmente trabalha com a hipótese de suicídio. O ator tinha 82 anos. 

Seu corpo será cremado em São José dos Campos, no interior de São Paulo. Ainda de madrugada, o corpo foi liberado pelo IML e ficou em posse da funerária São Benedito. Na manhã deste sábado (19), por volta das 11h, o corpo do ator chegou ao Cemitério e Crematório Parque das Flores, onde acontecerá a cremação. O cemitério informou que, como as causas da morte ainda estão sendo investigadas, aguarda uma autorização judicial para cremar o corpo. Às 16h30 está marcado para iniciar o velório no local. 

Legado

Nascido em Alegrete, no Rio Grande do Sul, em 28 de agosto de 1930, Walmor Chagas estrelou diversas novelas de sucesso ao longo de sua carreira televisiva, entre elas Locomotiva, na pele do personagem Fábio, Coração Alado, como Alberto Karany, e Salsa e Merengue, dando vida a Guilherme Amarante. Mas foi no teatro que o ator começou e no palco que se consagrou como um dos grandes atores da dramaturgia brasileira. Estreou no final dos anos 1940 e neles esteve até o final da década de 1990, mais de 50 anos depois. 

Também atuou em diversos filmes, entre eles Xica da Silva (1976), como o Comendador João Fernandes, Asa Branca: Um Sonho Brasileiro (1980), além de adaptações para livros de Machado de Assis, casos de Um Homem Célebre (1976) e Memórias Póstumas (2001). 

Apesar de ter se mantido bastante ativo como ator até 2009, quando trabalhou na novela Mutantes: Promessas de Amor, exibida pela TV Record, Chagas se distanciou dos palcos, sua grande paixão, na última década. Em entrevista concedida há poucos anos ao programa Starte, da Globo News, Chagas explicou ter se afastado do teatro por uma escolha pessoal, já que o universo teatral não seria mais o mesmo.

"A partir dos 80 anos, você percebe que faz parte de uma outra geração e a geração nova é que está com o teatro nas mãos hoje. São eles que fazem o teatro", afirmou. "O teatro que eu fazia não se faz mais, então comecei a me sentir deslocado da vida artística teatral brasileira. Poderia não ser assim, eu poderia continuar fazendo comédias, isso e aquilo, mas sempre fui muito exigente do ponto de vista intelectual, sempre tive um repertório artístico de altíssima qualidade. E isso me obrigava a fazer o tipo de teatro maravilhoso que a gente fez - e que eu acho que hoje já não se faz mais. Se faz outro teatro: maravilhoso, fantástico, da época de agora, que não é a minha época mais."

Chagas foi casado com a atriz Cacilda Becker, morta em 1969, aos 48 anos, em decorrência de um derrame cerebral. Com ela, o ator teve sua única filha, Maria Clara Becker Chagas.

Fonte: Terra
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