Fã de SP, guitarrista do Sonic Youth fala sobre show no Planeta Terra
- Osmar Portilho
- São Paulo
Considerados pais do rock alternativo, os nova-iorquinos do Sonic Youth não se acomodaram com o rótulo depois de lançar discos elogiados como EVOL (1986), Sister (1987), Daydream Nation (1988), Goo (1990), entre outros. Sempre na ativa, a banda seguiu lançando álbuns em turnê. Com o repertório baseado em The Eternal (2009), o grupo retorna ao País para se apresentar no Planeta Terra no dia 7 de novembro, no Playcenter, em São Paulo.
Em seu apartamento em Nova York, o guitarrista Lee Ranaldo conversou com o Terra por telefone sobre a expectativa de tocar novamente no Brasil e aproveitou para acalmar os fãs, já que em agosto ele sofreu uma fratura no pulso enquanto jogava tênis. "Agora está tudo bem. Tudo ótimo, na verdade", afirmou.
Na sua última passagem pelo País, em 2005, Ranaldo se apaixonou pela cidade de São Paulo. "Sempre falam que São Paulo é grande e perigosa, aposto que vocês também ouvem isso de Nova York, mas aí é um lugar incrível", disse. No show marcado para o Planeta Terra, o guitarrista afirmou que o repertório deve estar focado principalmente nas novas músicas. "Estamos nos divertindo com The Eternal ao vivo e também vamos incluir algumas faixas de Rather Ripped (2006)", explicou.
Confira a entrevista completa:
Você machucou seu pulso em agosto e o Sonic Youth teve que cancelar alguns shows. Como está agora?
Agora está tudo bem. Tudo ótimo, na verdade. Obrigado por perguntar. Voltamos de quatro em shows em Paris, Londres, enfim, na Europa. Foi tudo bem, fico feliz de informar isso. Eu mesmo fiquei um pouco preocupado, mas tudo já sarou.
Como está o repertório novo funcionando ao vivo?
Estivemos tocando as novas músicas durante todo o verão nos Estados Unidos e elas são divertidas de tocar. Nós estamos aproveitando muito elas no palco.
E sobre o show no Planeta Terra? Como está se sentindo?
Estamos muito empolgados. A gente não consegue ir sempre para ao Brasil. Já faz uns quatro anos, não? Queremos até passar uns dias livres por aí e estamos pensando no que vamos fazer por aí. Ficamos muito felizes ao saber que iríamos tocar novamente para os brasileiros. Vamos nos focar nessas músicas novas, mas também coisas dos nossos discos antigos.
Vocês já discutiram sobre o repertório?
Já conversamos um pouco, mas não temos certeza. A gente deve colocar mais músicas do novo álbum. Nas outras vezes, como nunca tínhamos tocado aí, montamos um setlist que passasse por toda a nossa carreira sabendo que as pessoas nunca tinham nos visto ao vivo. A gente tem se divertido tanto com as novas músicas que dessa vez vamos nos concentrar e ter certeza que todos aproveitem o show como a gente.
Vocês tocaram em 2005 com Iggy Pop, Flaming Lips e Nine Inch Nails em São Paulo. Do que se lembra?
Somos amigos de todas essas bandas. Como não podemos ir sempre até a América do Sul, para nós foi um show muito especial. Eu simplesmente lembro que gostei da cidade de São Paulo. O show foi grande e o público incrível, uma recepção ótima. Lembro de ter ficado impressionado com a cidade.
São Paulo e Nova York são comparadas de vez em quando. Vocês gostaram daqui?
Sempre falam que São Paulo é grande e perigosa, aposto que vocês também ouvem isso de Nova York, mas é um lugar incrível. Vamos ficar em São Paulo e queremos procurar museus, lojas de discos, shows, enfim, conhecer mais. Vamos passar mais tempo aí do que das outras vezes que estivemos no Brasil.
E os fãs brasileiros? São muito diferentes dos europeus e americanos?
Os fãs são muito entusiasmados. Entendo que eles esperavam muito tempo por um show do Sonic Youth, é uma ocasião rara. O público foi fenomenal. Ficamos muito felizes com a empolgação das pessoas, já que é tão difícil tocar por aí. Ainda quero fazer uma turnê por aí em clubes e casas menores.
Qual é o segredo para manter o frescor na sonoridade do Sonic Youth?
Sempre ouvimos por música nova. Isso ajuda a nos inspirar, mas não dá pra prever o futuro de uma banda que está junta há tanto tempo quanto nós. Não sabemos como fazer para manter a música fresca. Acho que o principal é ter o interesse na música. Nós somos muito empolgados em fazer música nova e nos inspiramos em bandas jovens, qualquer tipo de música que chega aos nossos ouvidos.
E as turnês? Ainda são empolgantes para vocês?
Continuamos nos divertindo na estrada e sempre interessados em tocar juntos e fazer música. Não nos sentimos cansados de fazer isso de maneira alguma.
A música hoje em dia te contagia?
Em qualquer período você vai encontrar algo interessante, algo chato, algo mal tocado, enfim. Para nós, é algo interessante como sempre foi. Sempre há gente muito boa por aí, é uma questão de encontrar. A quantidade de boa música é incrível.
A internet ajuda nesse processo? Você procura músicas online?
Até certo ponto ajuda. Às vezes atrapalha pela quantidade de coisa que se tem para ouvir. Para mim, a internet é como um rádio gigante. Você lê algo em uma revista e corre para o computador para ouvir antes de sair comprando CDs. Adoro comprar discos de gente que gosto, mas antes a gente só podia ouvir no rádio e comprar um álbum por causa de uma música. A internet facilitou nesse ponto.
Planeta Terra
Consolidado como um dos maiores festivais do Brasil, o Planeta Terra Festival já trouxe ao País nomes como Lily Allen, Bloc Party, Kasabian, Kaiser Chiefs, Breeders, Offspring e Jesus & Mary Chain.
Assim como foram nas edições anteriores, todos os shows e mais as entrevistas exclusivas dos backstages serão transmitidas ao vivo pela Terra TV.
Serviço - Planeta Terra 2009
Quando: 7 de novembro
Onde: Playcenter - São Paulo - SP
Informações sobre ingressos: www.ticketmaster.com.br ou Tel. (11) 2846 6000
