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Brasil avança enquanto Irã, Cuba e China recuam na liberdade online

A liberdade na internet sofreu retrocessos em muitos países, com destaque para Irã, Cuba e China, mas também fez alguns avanços no Brasil, em nações sacudidas pelas revoltas da Primavera Árabe e em meio à instabilidade política, revelou um estudo publicado

25 set 2012 - 20h34
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WASHINGTON, 25 Set 2012 (AFP) -A liberdade na internet sofreu retrocessos em muitos países, com destaque para Irã, Cuba e China, mas também fez alguns avanços no Brasil, em nações sacudidas pelas revoltas da Primavera Árabe e em meio à instabilidade política, revelou um estudo publicado nos Estados Unidos.O Brasil aparece com o status de país "livre" no uso da web na pesquisa do grupo Freedom House, com destaque para "ganhos significativos na expansão do acesso à internet e do uso de telefones celulares nos últimos anos" e para um aumento notável de "atividade social e participação cívica na internet".Mesmo com a ressalva de que o país "continua a enfrentar baixa penetração na internet e exclusão digital devido a problemas de infraestrutura, desigualdade social e baixa educação, entre outras razões", a pesquisa, que abrange o período de janeiro de 2011 a maio de 2012, destaca que "o governo federal tem executado algumas políticas nos últimos anos para remediar" estes problemas.No entanto, apesar de ter uma enorme população de usuários da internet, o país "ainda está atrás de muitos países em desenvolvimento em termos de penetração relativa da internet, com 45% da população com acesso à web em 2011", lamenta.Em termos gerais, o relatório da pesquisa apontou que 20 países "experimentaram uma trajetória negativa desde janeiro de 2011", uma vez que as autoridades usam controles mais sofisticados para sufocar a dissidência na internet. "Os resultados mostram claramente que as ameaças à liberdade na internet são cada vez mais diversas", afirmou Sanja Kelly, diretora da Freedom House e co-autora do informe publicado na segunda-feira."À medida que os governantes autoritários veem que o bloqueio de sites na internet e as detenções de alto perfil geram condenações locais e internacionais, recorrem a métodos mais obscuros, mas não menos perigosos, para controlar as conversas online", acrescentou.O estudo revelou que a Estônia é o país com maior nível de liberdade online entre os 47 analisados, enquanto os Estados Unidos ocupam o segundo lugar.Irã, Cuba e China tiveram as pontuações mais baixas e outros 10 países receberam a qualificação de "não livres": Belarus, Arábia Saudita, Uzbequistão, Paquistão, Tailândia, Vietnã, Mianmar, Etiópia, Bahrein e Síria.Os piores declínios, segundo o informe, foram identificados em Bahrein, Egito e Jordânia, o que reflete "uma intensificação da censura, das prisões e da violência contra blogueiros".O relatório aponta que a liberdade online também sofreu reveses no México, "no contexto das crescentes ameaças de violência do crime organizado" e na Etiópia, "o que possivelmente reflete um esforço do governo por estabelecer controles mais sofisticados antes de permitir a expansão do acesso".No Paquistão, a deterioração da liberdade na internet "reflete castigos extremos impostos para a difusão de mensagens supostamente de blasfêmia" e uma censura mais estrita por parte dos reguladores.Avanços em relação à libedade na internet foram registrados em 14 países, entre eles alguns com "uma mudança dramática de regime ou abertura política", como Tunísia, Líbia e Mianmar. Também se destacaram menores restrições em outros países como Geórgia, Quênia e Indonésia, onde o informe relata "uma crescente diversidade dos conteúdos e menos casos de detenção ou de censura do que nos anos anteriores".No total, 14 países foram classificados como "livres" e 20 foram rotulados de "parcialmente livres".O informe destaca que a China, que tem a maior população mundial de usuários da internet, também tem "o sistema de controle mais avançado", que se tornou "mais restritivo" e serve de modelo a governos como o de Belarus, Uzbequistão e Irã.rl/mvv/lr

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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