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'A história de Ester' vem com alto investimento e temas bíblicos

17 mar 2010 - 13h48
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Arcângela Mota
Direto do Rio

A Pérsia de 400 a.C. ganhou contornos bem definidos na TV brasileira. Entre cuidadosos cenários, figurinos e muitos efeitos especiais, os primeiros capítulos da minissérie A História de Ester impressionam pela qualidade técnica.

Com um investimento aproximado de R$ 500 mil por episódio, totalizando quase R$ 5 milhões, a Record apostou alto na produção de sua primeira minissérie bíblica. E teve bons resultados ao combinar o rigor estético com uma trama de forte apelo histórico, repleta de romances, ação e traições. Nem mesmo os deslizes do casal de protagonistas foram capazes de abalar os bons índices de audiência, que alcançaram 12 pontos de média e garantiram, na primeira semana, uma folgada vice-liderança à emissora.

Enquanto o trabalho da direção de arte se mostra quase impecável, o mesmo não pode ser dito de todo o elenco. A começar pelo protagonista Marcos Pitombo, que vive Assuero, o venerado rei do Império Persa. Com uma atuação pouco segura, Marcos consegue passar despercebido em várias cenas. E falha ao demonstrar a imponência que se espera de um rei tão poderoso e temido, conforme os diálogos e a narração fazem questão de frisar.

De outro lado, Gabriela Durlo também dá suas escorregadas na pele da mocinha Hadassa, que adota o nome de Ester para evitar que sua origem judia seja descoberta. Apesar de convencer como a doce heroína, a atriz peca pela rapidez com que fala o texto. Nada que comprometa muito, mas que contribui para tornar os diálogos um tanto quanto artificiais.

Se os jovens atores algumas vezes deixam a desejar, os veteranos roubam a cena com facilidade. Esse é o caso de Ewerton de Castro, que brilha como o honesto judeu Mordecai, primo de Ester e responsável pela criação da moça, que ficou órfã na infância. Já no núcleo dos amalequitas - inimigos históricos dos judeus -, Paulo Gorgulho se sobressai na pele do ambicioso Hamã, conselheiro do rei que planeja assassiná-lo para assumir o poder. Outra grata surpresa é o divertido eunuco Hegai, responsável pelo harém e pelas aulas de etiqueta real, interpretado magistralmente por André di Mauro.

Com bons personagens, alto investimento e um enredo rico, A História de Ester carrega diversos ingredientes necessários para uma produção de sucesso. E a minissérie tem potencial para agradar públicos variados, seja pelas questões históricas que levanta, as bem feitas sequências de ação ou as tradicionais histórias de amor que conta. Mais do que dar início a uma nova safra de minisséries bíblicas na Record, que já planeja lançar outras produções, A História de Ester pode representar, em apenas 10 capítulos, um salto na dramaturgia da emissora.

A História de Ester - Record - Terças e Quintas, às 23h.

Marcos Pitombo em cena de 'A história de Ester'
Marcos Pitombo em cena de 'A história de Ester'
Foto: Divulgação
Fonte: TV Press
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