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André Bankoff contou com a ajuda da mãe para compor Pedro de 'Saramandaia'

3 ago 2013 - 20h02
(atualizado às 20h03)
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André Bankoff encara a crítica ao preconceito e o contexto político de Saramandaia como velhos conhecidos. É que, desde que se entende por gente, o ator lembra de sua família – especialmente, sua mãe, Antônia – debatendo assuntos pertinentes, como justiça e ativismo social, e participando de grandes manifestações. "Falar sobre política e revolução sempre foi uma constante na minha vida. Minha mãe era muito envolvida nas questões sociais e isso sempre me influenciou. Ela me ajudou muito na preparação", conta o ator, que, na atual novela das 23 horas, vive o ativista Pedro. Natural de Americana, interior de São Paulo, aos 31 anos, ele comemora sua participação em Saramandaia como uma forma de unir suas pretensões artísticas com a visibilidade da tevê. "É um produto que visa a audiência, mas faz isso de maneira muito bem feita", elogia.

No ar em "Saramandaia", André Bankoff se inspira no engajamento social de sua família para viver o ativista Pedro
No ar em "Saramandaia", André Bankoff se inspira no engajamento social de sua família para viver o ativista Pedro
Foto: Pedro Paulo Figueiredo / Carta Z Notícias

A relação de Bankoff com a atuação começou a partir da publicidade, evoluiu para o teatro e desencadeou na tevê, onde estreou em 2005, na minissérie Mad Maria, da Globo. De 2006 a 2010, ele assinou contrato com a Record, onde se destacou em papéis de maior importância em tramas como Bicho do Mato, de 2007. "Foi uma época de descobertas e muito estudo. Eles acreditaram no meu trabalho", valoriza o ator, que retornou aos estúdios da Globo em 2011, para uma pequena participação em Morde & Assopra. Entre uma produção e outra, Bankoff sempre arranja um jeito de voltar aos palcos nos espetáculos do Grupo Tapa, prestigiada companhia teatral paulistana. "É uma forma de me reciclar, aprender e me tornar um ator cada vez mais versátil. No Tapa, a gente vai além da atuação. Até a parte comercial eu já experimentei", revela.

Seu personagem em Saramandaia é um jovem idealista político. Você se inspirou em fatos reais ou revolucionários famosos para construir o Pedro?

Não precisei ir muito longe. A história da minha família é muito ligada ao movimento de esquerda dos anos 1970 e 1980. Cresci ouvindo meus parentes abordarem de forma muito contundente questões como revolução e ativismo político. Minha mãe, inclusive, sempre militou em prol de causas sociais. Por volta dos meus seis, sete anos, já a acompanhava em passeatas na capital e no interior de São Paulo. Então, bastou olhar um pouco para trás para resgatar essas lembranças e esse "espírito" contestador.

A estreia de Saramandaia coincidiu com um "boom" de manisfestações políticas em todo o Brasil. Isso chegou a influenciar na sua atuação ou nos bastidores da produção? 

Acabei indo para as ruas dentro e fora da televisão. O cenário para o lançamento da novela foi perfeito e esse ar de contestação pegou todo mundo que quer um Brasil mais justo. Foi uma coincidência bacana e que traça um paralelo interessante entre a ficção e o que está acontecendo pelas ruas do país. Misturando cansaço, revolta e indignação, o povo de Bole-Bole também viu no protesto uma forma de acordar para as suas mazelas e pedir a transformação e a renovação que lhes é de direito.

Entre 2006 e 2010, você teve papéis de destaque em tramas como Amor e Intrigas e Poder Paralelo, da Record. Acredita que seu desempenho em outra emissora chamou a atenção dos diretores da Globo para o seu nome novamente?

Eu tenho muito orgulho dos trabalhos que fiz na Record. Mas não sinto que eu esteja nesse movimento de "volta" à Globo que muitos atores falam. 

Por quê?

Entre um período de contrato e outro, eu sempre volto mesmo é para o teatro. Depois de Bang Bang (2005), eu saí da Globo e fui fazer peças em São Paulo. Pouco tempo depois, a Record me chamou e eu gostei da proposta. No entanto, depois que acabou Poder Paralelo (2010), eu também retomei meus projetos teatrais. Acho que o que aconteceu foi uma abertura do mercado de tevê. A Record passou a investir bastante e os projetos eram interessantes. Isso fez com que muita gente que estava no elenco da Globo fosse para lá. Alguns nomes voltaram, outros se encontraram na outra emissora. Eu estava fora da tevê e, em 2011, assinei com a Globo para fazer Morde & Assopra, mas não acho que tenha sido uma volta. Foi um trabalho de "passagem".

Como assim?

R – Eu nem fiquei muito na novela. A trama foi meio confusa, vários personagens saíram ao longo da história e o meu não teve a chance de se desenvolver. Ele iria ter uma história, mas, infelizmente, acabou não acontecendo. Qualquer obra aberta está suscetível a adaptações e modificações e Morde & Assopra me fez bem nesse sentido: me deixou mais descolado para trabalhos que podem não decolar e, por sorte, encontrei atores interessantes como o Luis Melo e a Bárbara Paz. 

Fonte: Terra
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