Donald Trump processa "Univisión" por quebra de contrato
O magnata americano e pré-candidato à presidência pelo Partido Republicano, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira que entrou com uma ação contra a emissora latina "Univisión" pedindo US$ 500 milhões de indenização por rompimento abrupto de contrato.
O comunicado da Trump Organization informou que a ação foi apresentada na Suprema Corte do Estado de Nova York e está relacionada aos compromissos assumidos pela "Univisión" para a divulgação do concurso Miss EUA.
O processo pede a indenização "pela decisão da "Univisión" de encerrar abruptamente seu contrato com a Organização Miss Universo", da qual Trump é sócio majoritário, e por se negar a transmitir o concurso Miss EUA, programado para dia 12 de julho em Baton Rouge, no estado da Louisiana.
O documento destacou que, sob este contrato, a "Univisión" devia transmitir o concurso na televisão latina e argumentou que a única comunicação escrita recebida a respeito é uma nota de imprensa da "Univisión" em que anuncia que não fará a transmissão do concurso.
Na quinta-feira, a "Univisión" anunciou que estava pondo fim a sua relação comercial com a organização Miss Universo "em consequência de seus comentários ofensivos sobre os imigrantes mexicanos".
Trump lançou duras críticas contra os imigrantes mexicanos e propôs a construção de um "grande muro" entre os dois países durante o anúncio de sua entrada na corrida presidencial.
No comunicado divulgado hoje, Trump afirmou que a decisão de "Univisión" era uma tentativa "politicamente motivada de limitar sua liberdade de expressão".
"Nada que disse então era diferente do que venho dizendo há muitos anos", alegou o magnata.
"Quero fronteiras fortes e não apoio nem aceito a imigração ilegal. Há um grande nível de crime que ocorre neste país por causa da imigração ilegal desenfreada", acrescentou.
No entanto, Trump destacou que tem um "grande respeito" pelo México e pelos mexicanos e admira seu "tremendo espírito".
"Seus líderes e seus negociadores comerciais estão muito mais prontos do que os que representam os Estados Unidos e nossos cidadãos, e nossa economia está sofrendo em grande medida como resultado disso", sustentou.
As declarações feitas no lançamento de sua campanha também fizeram a emissora "NBC" anunciar na segunda-feira sua decisão de romper todo vínculo com Donald Trump e não exibir os concursos Miss EUA e Miss Universo.
Ao comentar hoje esta decisão e a da "Univisión", Trump as qualificou de "inapropriadas" e disse que implicam em "abandonar 51 maravilhosas jovens que chegaram de todos os pontos dos Estados Unidos para perseguir seu sonho de ser coroada Miss EUA".
"Quero dizer às participantes que o concurso será transmitido e que eu estarei em Baton Rouge em 12 de julho para apoiá-las", acrescentou Trump no comunicado.
Por sua parte, a "Univisión" qualificou a queixa de Trump como "falsa quanto aos fatos e legalmente ridícula".
"Nossa decisão de terminar a relação comercial com o senhor Trump só se viu influenciada pela responsabilidade de defender à comunidade à qual servimos", acrescenta a emissora em comunicado.
A rede de TV anuncia ainda que defenderá "vigorosamente este caso" e continuará lutando "contra os esforços contínuos do senhor Trump de se desvincular dos comentários depreciativos que fez sobre os imigrantes mexicanos" quando lançou sua campanha presidencial.
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