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Estreia de 'SuperStar' teve boa música, humor, gafes e falha

7 abr 2014 - 10h02
(atualizado às 10h04)
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Fernanda Lima é apresentadora do 'SuperStar'
Fernanda Lima é apresentadora do 'SuperStar'
Foto: TV Globo / Divulgação

A princípio o reality musical de bandas SuperStar parecia uma cópia do The Voice Brasil. Estavam lá o cenário high-tech, os jurados famosos sentados diante do palco, a plateia em volta e o mesmo diretor no comando: Boninho, que mal se livrou de um reality (Big Brother Brasil 14) e já colocou outro no ar.

Mas, aos poucos, a nova atração das noites de domingo da Globo mostrou ser mais interessante e animada que o programa comandado por Thiago Leifert. Foi uma boa estreia, marcada por performances musicais de qualidade e humor improvisado.

O sistema de classificação das bandas cria uma expectativa crescente. Os telespectadores votam por um aplicativo e os rostos de alguns deles aparecem na grande tela curva que isola no palco os participantes da competição. Os três jurados - Dinho Ouro Preto, Fábio Jr. e Ivete Sangalo - votam da maneira clássica: apertando um botão na bancada.

Um termômetro no canto do vídeo registra o crescimento do percentual de votos. Quem consegue 70% se classifica e a tela é levantada, deixando a banda cara a cara com a plateia e o júri. Essa dinâmica não tem nada de inovadora, mas prende a atenção. O formato estimula a torcida do público - no estúdio e em casa - pelos artistas com os quais tenha tido identificação imediata.

Fernanda Lima deu um show à parte. O carisma é seu trunfo, especialmente quando se atrapalha com o teleprompter (aparelho acoplado à câmera no qual se lê os textos). A apresentadora não economizou na doçura ao falar das bandas: "bonitinhos", "coisa mais querida", "muito fofo". 

Diante da desclassificação de um grupo, soltou uma pérola: "performance muito boa, mas o treco não subiu", referindo-se ao termômetro de votação. Em certo momento, ela não ouviu a instrução do chefe e pediu sem cerimônia: "repete pra mim, Boninho".

Na hora de anunciar uma banda de reggae, Fernanda atravessou a fala do colega André Marques, a quem ela se referiu carinhosamente como André Magro. Com quase 60 kg a menos, o apresentador usou um figurino preto que fez lembrar o uniforme de Nicolas Cage em O Motoqueiro Fantasma. Acostumado a improvisar, André foi um bom coadjuvante entrevistando parentes e amigos dos integrantes das bandas.

Na Sala da Interatividade, Fernanda Paes Leme repetiu a função de Miá Mello no The Voice Brasil. A atriz leu posts de internautas (e uma mensagem da cantora Gaby Amarantos, se oferecendo para ser jurada do programa) e conversou com alguns competidores da noite. Porém a maior atração do SuperStar não é a tecnologia, e sim o júri. Dinho, Fábio e Ivete inseriram humor ao formato. Os três conversaram animadamente com as bandas. Não houve censura com brincadeiras e piadas.

Eufórico e incontrolável como sempre, Dinho Ouro Preto chegou a levar um tapinha de Fernanda Lima ao passar diante dela, no momento em que a apresentadora tentava ler um texto. Fábio Jr. começou um tanto perdido, mas logo se conectou à dinâmica do programa e pareceu se divertir muito. Foi dele o show de encerramento, cantando ao vivo a melosa Só Você. Aos 60 anos, ele continua o sedutor de sempre. 

Fenômeno de comunicação, Ivete teve a plateia na mão o tempo todo. Beijou alguns músicos, levantou-se para dançar, fez trocadilhos de conotação sexual e até aceitou o pedido de uma cantora de tecnomelody, que sonha fazer uma participação num de seus shows. Ivete ganhou um apropriado elogio de Fernanda Lima: "gostosérrima".

Os jurados encenaram briguinhas para decidir quem seria o padrinho das quatro bandas classificadas para a próxima fase. A Malta (80% no termômetro de votação) apresentou um rock romântico que seduziu imediatamente júri e plateia. O vocalista Bruno Boncini foi a estrela da noite, com sua voz rouca e estampa de galã. O padrinho é Dinho Ouro Preto.

A Tarcísio Meira's Band (85%) é quase um cover dos Mamonas Assassinas. Excêntricos no figurino, os gaúchos executaram uma canção autoral sobre 'cura gay' — impossível não concluir que a inspiração foi Robocop Gay. Fábio Jr. se propôs a apadrinhá-los.

Os rastafáris da Yute Lions (84%) conquistaram a vaga com uma versão reggae de Johnny B. Goode, de Chuck Berry. Ivete pediu e foi aceita como madrinha. A cantora também será a instrutora dos pagodeiros da banda Tô De Cara (74%), que recorreu ao sucesso Sou o Cara pra Você, de Thiaguinho.

Como nada é perfeito, muitos telespectadores do SuperStar usaram as redes sociais para reclamar não ter conseguido baixar o aplicativo que permite votar em tempo real por meio de smartphones e tablets. Uma usuária do Facebook foi irônica: "o app não funciona, mas a Ivete tá ótima". Este tipo de falha, que impossibilitou parte do público de experimentar a tão prometida interatividade, gera frustração e críticas aos resultados da votação.

Fonte: Terra
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