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"Existe a patrulha excessiva", afirma Fernando Caruso sobre humor

22 jun 2013 - 19h06
(atualizado às 19h15)
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Fernando Caruso comanda o 'Estranha Mente'
Fernando Caruso comanda o 'Estranha Mente'
Foto: Pedro Paulo Figueiredo/Carta Z Notícias / TV Press

O talento de Fernando Caruso vai muito além de seu olhar exorbitante – eventualmente usado para arrancar gargalhadas do público. Atualmente no ar com o programa Estranha Mente, foi no teatro que deu seus primeiros passos em direção à comédia ao apostar nas técnicas de improviso e "stand up comedy".

Chegou a participar de diversas produções da Globo, como a novela O Clone, o humorístico Zorra Total e a série Sob Nova Direção. Mas foi na TV fechada que Caruso se encontrou. Com mais espaço para experimentação, ele pode apostar em projetos com maior liberdade de criação. "Sem dúvidas eu tenho mais autonomia produzindo para um canal fechado, posso expor as minhas piadas do meu jeito", garante.

 Apesar de ser formado em Publicidade e Propaganda, pela Puc-Rio, a interpretação nunca ficou em segundo plano na vida de Caruso. Sua trajetória nos palcos teve início ainda na infância e, aos 12 anos, estreou sua primeira peça. Desde então, o interesse pela carreira artística só cresceu. E ele procurou se aprimorar na área. Em paralelo com a faculdade, frequentou diferentes cursos no Tablado – renomada escola de interpretação carioca –, como o de assistente de direção e o de improviso. Hoje, o ator tem em seu currículo quase 20 espetáculos teatrais, entre eles os sucessos de bilheteria Z.É. Zenas Emprovisadas e Comédia em Pé. "A atuação sempre esteve presente na minha vida, surgiu antes de qualquer outro interesse", explica.

Você começou a ter uma maior visibilidade no teatro com os espetáculos de humor Z.É. Zenas Emprovisadas e Comédia em Pé. O que levou você a investir tão pesadamente no improviso e no stand up?

Fernando Caruso - 

O

Z.É.

 foi uma criação minha e surgiu de um desejo de transmitir as minhas aulas para o público. No começo, a vontade de colocar o projeto para frente era a principal motivação. Então, eu e o grupo assistimos a muitos espetáculos de improvisação, em tudo o que é lugar. Desde o início sabíamos que o retorno e a identificação do público eram muito importantes nesse meio. Além disso, o baixo custo de produção ajudou bastante na hora de colocar na prática. Já o

Comédia em Pé

 foi um convite que recebi do Fernando Sheila e do Claudio Torres. Aceitei porque já conhecia a técnica e sempre tive paixão pelo stand up comedy.

Sua carreira artística sempre se mostrou voltada para o humor. Isso foi influência de seu pai, o cartunista Chico Caruso?

Fernando Caruso - Por causa do meu pai, aprendi a respeitar o humor muito cedo na minha vida, quando ainda era criança. Além disso, acabei convivendo desde sempre no meio de grandes nomes do humor. As reuniões que eram realizadas lá em casa tinham pessoas como o Jaguar e o Miéle como convidados e eu percebia que o centro das atenções era sempre quem tinha a melhor piada para contar.

Além de interpretar, você também atua como autor e diretor. Ter essa noção completa de produção ajuda na hora de gravar ou subir no palco?

Fernando Caruso - Ajuda bastante. Acho bem mais fácil decorar o texto, por exemplo, quando sou eu que escrevo. Como tenho noção de direção, também sinto mais facilidade em cena. Sei me posicionar melhor diante da câmara e entender mais facilmente o que o diretor deseja.

Desde que você estreou no Multishow já esteve à frente de diversos humorísticos, como De Cara Limpa, Muito Giro, Os Buchas e, atualmente, o Estranha Mente. Mas você começou sua carreira televisiva em canal aberto. Como foi essa experiência?

Fernando Caruso - É claro que na TV aberta você tem menos liberdade para criar. Mas, como eu já tinha feito teatro antes de atuar na televisão, foi mais fácil. Até porque a comédia é a forma de atuação mais completa, tem drama e outros temas também. Sem contar que fazer novela é a mesma coisa em questão de atuação, a única diferença é que não tem a piada no final.

O humor acaba quase sempre alvo do politicamente correto. Você já teve algum problema com as suas piadas?

Fernando Caruso - O tipo de humor que eu gosto não esbarra nesse tipo de problema. Acho que existe, sim, a patrulha excessiva, mas também há uma galera que gosta desse tipo de humor que pode ofender. Na minha opinião, tem lugar para todo mundo e tem espaço para todos os tipos de humor.

 

Fonte: TV Press
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