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"Matar em nome de Deus não exime culpa", diz Morgan Freeman

Ator acredita que a religião foi utilizada para "justificar os piores genocídios"

22 mar 2016 - 14h58
(atualizado às 18h32)
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O ator Morgan Freeman, que estreia a série The Story of God (A história de Deus) para o canal National Geographic, acredita que a religião foi utilizada para "justificar os piores genocídios" da história e argumenta que "matar em nome de Deus não exime de culpa".

Em entrevista à Agência Efe, o veterano ator, que não foi criado em um entorno religioso, afirmou que a série que acaba de gravar chega em um momento que a religião "está mais presente do que nunca no mundo todo".

Freeman apontou que pessoalmente "crê" de algum modo em Deus, mas considera que a pergunta mais interessante não é a sobre sua existência, e sim "que relação você tem com esse Deus?".

Foto: Jamie McCarthy / Getty Images

"Essa pergunta é a verdadeira luta durante toda a vida, principalmente quando se chega a uma certa idade", afirmou o ator, que já foi Deus no cinema, no longa Todo Poderoso, de 2003.

Em The Story of God, Freeman percorre sete países no mundo todo - Israel, Vaticano, Índia, Mongólia, Egito, Guatemala e Estados Unidos - em busca de respostas para as grandes dúvidas da vida.

"Nos últimos meses, viajei para dezenas de cidades e pude me unir ao chamado à oração no Cairo, aprendi a meditar com um líder budista, visitei os templos maias da Guatemala e discuti sobre razão e fé na Academia Papal de Ciência", contou.

Freeman também revelou ter "ficado com vontade" de conhecer o papa Francisco, que não pôde recebê-lo. "Mas pude falar com os cientistas da Academia Papal de Ciência e gostei da sua teoria, de que o Big Bang existiu, mas não pode explicar por si mesmo a criação", disse.

Freeman apontou que sua "espiritualidade" não evoluiu com o filme, mas, sim, o seu conhecimento sobre as principais religiões do mundo e sua história.

Perguntado sobre a espiritualidade em Hollywood, Freeman se mostrou cético, mas destacou que os filmes sobre religião estão aumentando nos grandes estúdios.

O que mais o impressionou durante sua viagem foi que, "não importa para onde vá, em qualquer canto do mundo, sempre encontrará muito presente a ideia de Deus".

De sua viagem, ele destacou "o único lugar" onde ninguém o reconheceu durante a gravação do documentário. "Era uma região no norte da Índia. Um remanso de paz. Para mim, o céu", afirmou.

A produção, além de Freeman, contou com a colaboração de Lori McReary, conselheira delegada da produtora Revelations Entertainment, responsável por Invictus, e de James Younger, documentarista e cientista.

A série tem seis episódios: Afterlife (A vida depois da morte), End of Days (O fim dos tempos), Creation (Criação), Who is God? (Quem é Deus?), Evil (Demônio) e Miracles (Milagres).

Freeman, McCreary e Younger decidiram embarcar no projeto após visitar, há seis anos, o Museu de Santa Sofia, em Istambul, que ainda conserva elementos de seu passado como a catedral e a mesquita. "Agora, após 40 dias de filmagens, minha oração é para que as pessoas gostem de assisti-la", declarou.

Freeman, de 78 anos, que participou de mais de 110 filmes, entre eles Seven, Conduzindo Miss Daisy e Um Sonho de Liberdade, ganhou o Oscar de melhor ator coadjuvante em 2004 por Menina de Ouro.

O ator também estrelará em 2016 os filmes Truque de Mestre 2, Going in Style, Cold Warriors, assim como a nova versão do clássico Ben-Hur.

EFE   
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