Após rejeição muçulmana, Miss Mundo cancela desfile de biquínis na Indonésia
A organização do Miss Mundo cancelou o tradicional desfile de biquinis da edição deste ano, que será realizada em setembro na Indonésia, para não ofender a população do país asiático, majoritariamente muçulmana, informou nesta quinta-feira a imprensa local.
O evento, que reunirá misses de 137 países, cuja final ocorrerá na cidade de Sentul, a cerca de 40 quilômetros de Jacarta, substituirá os trajes de banho por uma sessão de vestidos tradicionais de cada país. Os responsáveis do concurso afirmaram que a intenção da medida adotada é respeitar a cultura do país anfitrião, indicou o portal local Berita Satu.
A decisão de cancelamento vem à tona depois que o Conselho de Ulemás da Indonésia, que regula a aplicação dos princípios islâmicos no país asiático, pediu ao governo cancelar o concurso por considerá-lo "ofensivo à comunidade muçulmana".
"Indonésia não deveria ter relações com um evento assim (...) queremos construir um país de moral, não de hedonismo, e aconselhamos o presidente a não permitir sua realização", assinalou o chefe do Conselho de Ulemás do leste da ilha de Java, Abdusommad Bukhori.
Além disso, o governador de Jacarta, Joko Widodo, pediu à organização do Miss Mundo o cancelamento do desfile de biquíni por considerar que "o evento deveria estar em harmonia com a cultura indonésia".
É habitual que espetáculos com artistas internacionais na Indonésia sofram mudanças ou cancelamentos por causa dos protestos de grupos islâmicos, que, por exemplo, já provocaram o cancelamento de um show da Lady Gaga em Jacarta. A cantora Beyoncé também recebeu recomendações para moderar seu figurino para se apresentar diante de seus fãs locais.
Aproximadamente 85% da população da Indonésia, que conta com 240 milhões de habitantes, segue uma linha moderada do islã.
