No ar em 'Flor do Caribe', Josie Pessoa analisa sua trajetória na TV
Josie Pessoa sempre procurou ser uma artista completa. Por isso, fez do canto, da dança e da atuação os pilares de sua formação. Diferencial que a ajudou na hora de conseguir o papel da ingênua Kátia de Flor do Caribe. Já que era imprescindível para sua personagem ser encarnada por alguém que, além de atriz, tivesse boas noções das típicas coreografias dos ritmos caribenhos. "Desde que comecei a atuar, sempre fiz cursos paralelos de dança e canto. Acredito que o ator tem de saber um pouco de tudo", argumenta.
Na trama, a atriz transita nos dois núcleos principais. O do antagonista Alberto, de Igor Rickli, como sua secretária, e o do protagonista Cassiano, de Henri Castelli, como dançarina de seu bar. E, muitas vezes, é sua personagem que passa informações preciosas de um lado para o outro, mesmo sem ter a intenção de prejudicar qualquer um deles. "Ela não é uma má pessoa, só entrega as informações porque tem medo de ser demitida. Tanto da empresa do Alberto quanto do bar do Cassiano. Ela é até meio lesada", brinca.
Apesar de ter apenas 25 anos, Josie já tem um currículo considerável. No começo de sua trajetória, seu carisma teve um papel essencial. Dedicada à atuação desde criança, ela estreou no teatro profissional aos 14 anos, no musical Personalíssima, que conta a história da renomada cantora de MPB, Isaurinha Garcia. Mas o que era para ser apenas uma figuração se tornou sua porta de entrada para o universo das Artes Cênicas. Isso porque, no primeiro ensaio com o elenco, que contava com nomes de peso como Rosamaria Murtinho e Taís Araújo, mesmo calada, Josie conseguiu chamar a atenção da atriz veterana. E, no final do dia, sua personagem, que no início não tinha nem fala, passou a contracenar com o elenco em diferentes momentos do espetáculo. "Quando a Rosamaria viu que eu não tinha falas, começou a revisar o texto e reorganizou todo o roteiro. Quando vi, já tinha umas 20 cenas diferentes para a minha personagem. Por isso, ela é a minha madrinha no teatro", relembra, aos risos.
Depois de ficar quase dois anos em cartaz pelo Brasil, o espetáculo foi encerrado. Mas a experiência despertou em Josie um imenso gosto pelos palcos. Convidada a participar de mais uma grande produção, a atriz não pensou duas vezes antes de por o pé na estrada novamente. De novo ao lado de Rosamaria Murtinho, mas dessa vez em uma comédia, intitulada E Agora, O que Eu Faço com O Pernil?. Daí em diante, ela não ficou mais parada. Já frequente no circuito teatral, seu primeiro convite para estrear na tevê partiu justamente por uma de suas performances no palco. "O Maurício Sherman me viu na peça Fala Sério, Mãe, assinada por Thalita Rebouças, e me chamou para fazer a mesma personagem no Zorra Total", conta.
O período que passou no humorístico foi uma escola para Josie em termos de uma atuação voltada especificamente para a tevê. Como protagonizava um quadro fixo no programa, homônimo à peça da escritora Thalita Rebouças, a atriz teve de aprender certos detalhes técnicos para aprimorar sua presença diante das câmaras. Mas quando se tratava da interpretação em si, como o programa é bem exagerado e conta com personagens extremamente caricatos, ela não sentia muita diferença do que fazia no teatro. "No Zorra Total, você faz teatro dentro da tevê e eu queria experimentar coisas novas. Então, conversei com o Sherman e expliquei que gostava do programa, mas não queria ficar apenas na comédia. E ele me apoiou e indicou para fazer alguns laboratórios lá na Globo", explica.
Foi quando a atriz ingressou de fato na teledramaturgia. Primeiro, fez uma participação na novela "teen" Malhação, onde aprendeu a dar mais veracidade às suas personagens. "Tive de suavizar o tom e falar um pouco mais baixo, porque já não estava fazendo algo caricato como antes", explica. Sempre em busca de novos aprendizados, ela topou ser apresentadora oficial do blog assinado por Aguinaldo Silva. A princípio, Josie iria apenas falar sobre um curso que o autor estava ministrando para redatores amadores e entrevistar alguns de seus alunos. Mas ela teve a ideia de aparecer nas gravações caracterizada de diferentes personagens que ficaram famosas nas tramas do escritor. "Eu colocava maquiagem, roupa e peruca para ficar igual às personagens dele. Fui de Nazaré, Viúva Porcina, entre outras", recorda. O resultado foi aprovado por Aguinaldo. E o fez lembrar da atriz na hora de compor o elenco do folhetim Fina Estampa.
