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'É Tudo Improviso' atira para todos os lados

26 jan 2010 - 13h44
(atualizado às 14h00)
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Mauro Trindade
Direto do Rio

Os três pontos de ibope na estreia de É Tudo Improviso podem parecer muito pouco. Mas não são muito melhores ou piores do que a audiência de Perdidos na Noite, programa que um repórter de rádio chamado Fausto Silva passou a apresentar na TV Gazeta em 1984, quando os dinossauros ainda caminhavam sobre a Terra.

O que têm em comum? Talento, humor e improviso. O primeiro dos programas do Faustão virou "cult", ele ganhou fama e, anos depois, acabou indo para a Globo. O resto é história. O que interessa é que tanto o extinto Perdidos quanto o recém-nascido É Tudo Improviso prescindem de grandes produções e apostam no acaso, esse grande inimigo do mundo produzido e cronometrado da televisão.

A base do novo programa da Band, que fica até março no ar - quando o CQC e sua média de cinco pontos voltam de férias - é teatral. Com um elenco formado pelo ator Marcio Ballas e os grupos Os Barbixas, de Anderson Bizzocchi, Daniel Nascimento e Elídio Sanna, As Olívias - Cristiane Werson e Marianna Armellini -, e Jogando no Quintal, de onde veio Marco Gonçalves, o humorístico não esconde a natureza mambembe de seu espetáculo. Riem a qualquer momento, erram o tempo todo e deixam claro que nem tudo o que dá certo no palco se acerta na tevê. Como a direção de Tadeu Jungle não sabe direito para onde ou como a ação vai se desenrolar, ele enquadra a trupe em planos geral e americano e deixa a piada correr solta. A edição seleciona o melhor.

Por enquanto o É Tudo Improviso fica na categoria do "ame-o ou deixe-o", com muitos fãs detestando a mudança dos Barbixas do Quinta Categoria, do MTV, para a Band, enquanto muitos outros adoraram as brincadeiras na tevê. A matriz de tudo isso são as rádios inglesas, com programas como Whose Line Is It Anyway?, que depois foi para a tevê e se multiplicou em dezenas de programas parecidos em meio mundo. O humorista Drew Carey, do Drew Carey Show, comanda na rede ABC a versão norte-americana de Whose Line Is It Anyway?.

A despeito de qualquer problema de adaptação para a nova mídia, É Tudo Improviso renova-se a cada quadro e não se repete nos bordões que marcam os humorísticos tradicionais da tevê. É um humor ingênuo, simpático e que não apela para os manjados personagens gays, maridos traídos ou para palavrões. Escorregar numa casca de banana é coisa para grandes mestres.

É Tudo Improviso, Band, Segunda, às 22:15 h.

Elídio santos, Marianna Armellini, Marco Gonçalves, Cristiane Werson, Anderson Bizzocchi, Daniel Nascimento e Marcio Ballas, de "É Tudo Improviso", da Band
Elídio santos, Marianna Armellini, Marco Gonçalves, Cristiane Werson, Anderson Bizzocchi, Daniel Nascimento e Marcio Ballas, de "É Tudo Improviso", da Band
Foto: Reprodução
Fonte: TV Press
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