Atriz de 'Araguaia' diz que sua personagem foi inspirada em Brigitte Bardot
- Fernanda Fernandes
Os marmanjos podem comemorar. Maria Joana Chiappetta promete encher os olhos de muita gente na pele de um sargento da Polícia Militar em Araguaia. Em sua estreia na TV na trama campestre, a morena de 24 anos interpreta a dúbia Maria da Glória Mourão. O escritor Walter Negrão criou uma personagem com duas imagens: durona, quando fardada, e doce e brejeira e quando está à paisana. "Ela é mais séria no trabalho e mais descontraída em casa e com os amigos, como todos nós. Como atriz, representar a Polícia também tem sido uma grande responsabilidade", valorizou Maria Joana.
Na trama, a personagem chega na região do Araguaia sem que quase ninguém a conheça. E ela causa estranhamento por seu estilo quase enigmático. "É uma figura inspirada nos anos 60 e 70, no estilo Brigitte Bardot, que chega no Araguaia causando certo impacto por ser bem 'diferente'", pontuou a atriz, que está se deliciando por justamente começar a contracenar com o núcleo cômico da novela, ao lado de Nando Cunha, Emílio Orciollo Netto e Thaís Garayp.
Mas Maria Joana assegura que chega embasada em sua primeiro trabalho longo na TV. Formada em Artes Dramáticas no Rio de Janeiro, a atriz participou, durante um ano e meio, da Oficina de Atores da Globo. Neste período, fez algumas participações em produções da emissora, além de inúmeros testes, até ser chamada pelo diretor Marcos Shechtman e por Walter Negrão para compor o elenco do folhetim. "Foi uma oportunidade incrível. Na oficina são feitos vídeos que são mostrados para os diretores, para que eles conheçam os atores e encontrem, eventualmente, alguém que tenha o perfil que eles desejam. Desta vez, consegui meu primeiro papel", vibrou Maria Joana, com um farto sorriso.
Desde a época da faculdade, a atriz integra o grupo de teatro Brecha Coletivo, em que vários atores participam de diferentes propostas de trabalho. Além do amor pelo teatro, a atriz busca equilíbrio e bem estar na prática de ioga. Quando criança, ela também fazia aulas de jazz, balé e ginástica olímpica. Mas, aos cinco anos de idade, já parecia saber o que queria. "Minha mãe diz que nessa idade eu falei que queria ser atriz e anos mais tarde pedi para fazer teatro. Recebi muito apoio da família desde aquela época", afirmou.
Para interpretar uma policial, a atriz teve de deixar de lado seu charme carioca para trabalhar o porte durão, a forma de andar e o tom firme de voz. "Fiz aula de luta em uma academia, o que foi muito bom para trabalhar a postura e o posicionamento corporal", explicou a atriz, que treinou exaustivamente com as preparadoras de elenco da trama a mudança de perfil da personagem. "Fazia um exercício de transição: com farda e com vestido. Afinal, são dois estilos. De farda, tinha de ser mais severa e impor mais respeito. Com o vestido, mais feminina, doce e engraçada", diferenciou Maria Joana, ainda sem saber os rumos da personagem na novela.
Vinda de uma carreira no teatro, a atriz vem ganhando intimidade com o vídeo e acredita que o dia a dia das gravações e a maior familiaridade com os estúdios trarão bons frutos. "Questões de posicionamento diante da câmara e da iluminação, por exemplo, vão vindo com o tempo, mas tem sido bem tranquilo. Todos do elenco e produção são muito pacientes", elogiou. Entusiasmada com o papel e a primeira grande chance neste início de carreira, Maria Joana já faz planos para o futuro, almejando conciliar TV, teatro e cinema. "Com o tempo, vamos ver se a personagem vai crescer na trama. Não sou ansiosa, nem fico nervosa. Mas quero ver o resultado", avisou.
Araguaia - Globo - De segunda a sexta, às 18h10.
