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'Cordel Encantado' deixa saudades antes mesmo de acabar

20 set 2011 - 11h13
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Márcio Maio

Muito se discute sobre o futuro da teledramaturgia, principalmente no que diz respeito às novelas. Chega-se, inclusive, a cogitar que o gênero possa estar ultrapassado. Seja em função de tramas que se arrastam tempos demais sem despertar o interesse de antes ou até pelos fracassos encurtados diante de resultados abaixo do esperado.

Mas Cordel Encantado assumiu a posição de contraponto. A história de Duca Rachid e Thelma Guedes ainda nem saiu do ar e já deixa saudade a cada capítulo encerrado. Desde o romance dosado com toques de fábula às cenas de ação bem dirigidas por Amora Mautner, tudo parece equilibrado no folhetim das 18h da TV Globo - fato que justifica as médias de audiência sempre acima da meta - de 25 pontos.

A trama foi pensada para ter menos capítulos do que o tradicional. Tanto que se encerra pouco mais de cinco meses depois da estreia, ocorrida em 11 de abril. Mas a impressão que se tem agora, prestes a terminar, é a de que não seria um problema para as autoras manter Cordel Encantado no ar por mais algum tempo. Não houve uma semana sequer em que não faltassem atrativos à história.

A mistura de reis e cangaceiros, e bruxa e cinderelas, conseguiu se sustentar muito bem ao longo dessas 24 semanas. E com uma temática que, para muitos, poderia soar como ingênua e inocente demais para os telespectadores do século XXI. Duca e Thelma souberam aproveitar elementos capazes de atrair a atenção tanto de crianças encantadas com o homem de ferro ou a princesa plebeia quanto de marmanjos que querem mesmo é ver o embate entre os mocinhos e os bandidos. Um clima ora de faroeste, ora de conto de fadas.

A escolha do elenco é, provavelmente, um dos maiores acertos de Cordel Encantado. A começar pelo próprio trio de atores principais. Cauã Reymond já mostrou em outros trabalhos que pode dar conta de um bom mocinho, caso do justiceiro Jesuíno. Assim como Bruno Gagliasso, experiente na arte de interpretar tipos de composição mais específicos - como o bígamo Berilo, de Passione, o esquizofrênico Tarso, de Caminho das Índias, e o gay Júnior, de América.

Na pele do vilão Timóteo, o ator se mostrou mais uma vez impecável, provavelmente um dos maiores destaques da novela, principalmente nas cenas recentes, em que deixou aflorar o amor do carrasco pela princesa Açucena, de Bianca Bin, humanizando-o. Bianca foi outra grata surpresa, com uma atuação que não abre espaço para críticas negativas. A jovem atriz, uma das mais lindas de sua geração, esbanjou maturidade em seu trabalho.

Cordel Encantado é o terceiro sucesso da dupla Duca Rachid e Thelma Guedes em cinco anos na faixa das 18h. Em 2006, as autoras adaptaram O Profeta, conquistando média geral de 32 pontos de audiência. Em seguida, em 2009, fizeram sua primeira obra autoral, Cama de Gato, fechando com média de 25 pontos.

Agora, as autoras devem encerrar a trama atual com um resultado ainda melhor. Já são consideradas grandes promessas na safra de novos roteiristas da Globo. Um grupo que, aliás, já deu várias provas da necessidade de renovação.

Bruno Gagliasso, Bianca Bin e Cauã Raymond em cena da trama das 18h
Bruno Gagliasso, Bianca Bin e Cauã Raymond em cena da trama das 18h
Foto: Divulgação
Fonte: TV Press
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