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Bem-sucedido em Portugal, Paulo Rocha se destaca em 'Fina Estampa'

31 dez 2011 - 12h29
(atualizado às 12h30)
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Mariana Trigo

Paulo Rocha não acreditou quando Aguinaldo Silva disse, em 2009, que queria escrever um personagem para ele. O ator português, que sempre emendou novelas e seriados em emissoras lusitanas, como SPTV e SIC, logo esqueceu da promessa do autor feita em uma entrevista para uma tevê portuguesa. Sem ao menos conhecê-lo pessoalmente, Paulo foi ao lançamento do livro de Aguinaldo em Portugal, o 98 Tiros de Audiência. Foi quando o autor reafirmou a intenção de trabalhar com o ator do Porto após assistir à novela Vingança, na SIC. Na trama, Paulo interpretava um odiável vilão. Dois anos depois, após alguns almoços informais, finalmente ambos acertaram que Paulo passaria um tempo no Brasil para viver o rústico e charmoso Guaracy em Fina Estampa, sua estreia na Globo.

Com um irrepreensível ar de galã já bastante reconhecido em sua terra, Paulo muitas vezes chega a ser conciso ao detalhar as características do personagem apaixonado pela batalhadora Griselda, de Lilia Cabral desde o início da história. "Confesso que achei que a intenção do Aguinaldo em escrever um personagem para mim era mais uma simpatia que uma promessa. Mas estou me divertindo muito e o público está a gostar", avalia, com seu carregado sotaque.

Na verdade, a fala do personagem na trama das nove é uma espécie de dialeto, uma língua quase híbrida, pois mistura o Português falado em Portugal com o do Brasil. Essa adaptação com novas expressões chegou a preocupar o ator no início das gravações. Mas logo Paulo acabou se acostumando e passou a ter menos dificuldades para decorar seus textos. "Tem expressões aqui que não usamos em Portugal. Lá se fala um Português que no Brasil era falado na década de 40, bem mais antigo. Mas já estou bem enturmado com as pessoas e a língua", afirma.

Paulo também está bastante familiarizado com a estrutura de produção brasileira, que é tecnologicamente bem superior à portuguesa. Para o ator de 34 anos, a grande diferença entre atuar em tramas lusitanas e brasileiras é a qualidade e o acabamento dos cenários e equipamentos utilizados no Brasil, o que traz maior qualidade ao resultado final das produções. "Nós ainda não estamos nesse patamar porque a cultura de telenovelas de produção nacional é mais antiga no Brasil. O Projac, por exemplo, é extraordinário. Em Portugal, ainda estamos um bocadinho novos nisso", admite.

Porém, o que não é recente é a experiência do ator na dramaturgia. Formado pela Escola Nacional de Teatro em Cascais, Paulo estreou como ator no teatro em 1995, com a peça O Crime da Aldeia Velha, de Bernardo Santareno, que logo virou um telefilme. Já na tevê, seu primeiro papel foi no ano seguinte, na série juvenil Riscos, da RTP. Logo depois, vieram mais 19 trabalhos nas emissoras portuguesas e mais cinco longas. O suficiente para que o ator já tenha uma carreira sólida e estruturada em seu país. Mesmo assim, com o fim da trama de Aguinaldo em meados de março de 2012, o ator ainda não sabe se continua com projetos no Brasil. ""Qualquer decisão tomada agora será prematura. Meus contratos sempre foram por obra para que eu tivesse liberdade de escolher", observa.

Gol de placa
Com o corpo milimetricamente trabalhado por exercícios, Paulo Rocha chama a atenção pelo "physique du role" de galã. Por trás dos cabelos desgrenhados e da barba indefinida, o "gajo" tem se espantado com o assédio feminino no Brasil desde que estreou como o eterno apaixonado de Griselda, de Lilia Cabral, na trama das nove da Globo. Mas, para manter os músculos definidos, ele jura que não é tão assíduo das academias. Paulo afirma que sempre faz aulas de alongamento e exercícios abdominais, mas que mantém uma rotina sazonal quando se trata de "puxar ferro". "Pratico três meses de musculação e descanso um. A vida não é só isso", ressalta.

Sua predileção esportiva passa mesmo é por um bem cuidado campo de futebol. Mesmo que seja assumidamente um perna-de-pau, Paulo é torcedor fanático do time português Benfica. E assume que só mesmo no Brasil para conseguir algum êxito no esporte. "Sou péssimo jogador. Mas aqui já cheguei a marcar três gols no mesmo jogo. Deve ser o ar desta terrinha", brinca, finalmente abrindo um largo sorriso.

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Foto: Jorge Rodrigues Jorge / Carta Z Notícia / TV Press
Fonte: Terra
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