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Com 'Muito +', Adriane Galisteu passa de vidraça a estilingue

23 fev 2012 - 08h15
(atualizado às 08h18)
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MAURO TRINDADE

Enquanto os jornais impressos de todo o mundo lidam com dificuldades de venda, um segmento da comunicação continua esbanjando saúde: as revistas de "people", ou seja, as publicações que trabalham com notícias e não-notícias a respeito de celebridades. Não demorou muito para que surgissem programas de TV inteiramente dedicados ao gênero, caso de Muito +, que a modelo e apresentadora Adriane Galisteu ancora na TV Bandeirantes.

Infográfico: Confira tudo sobre os bastidores do 'Muito +'

Galisteu comanda o 'Muito  ' da TV Bandeirantes
Galisteu comanda o 'Muito ' da TV Bandeirantes
Foto: Divulgação

Com exceção do visual colorido que emoldura a apresentadora, não há qualquer novidade no Muito +. É muito mais do mesmo que já é mostrado há anos em programas de fofoca como TV Fama, De Olho nas Estrelas, Atualíssima, Arroz, Feijão e Fofoca, A Casa é Sua, e quadros do Hoje em Dia, Video Show News e Olha Você, entre outras produções que estão ou estiveram no ar e se dedicaram ao gênero.

O que realmente é interessante é a capacidade de um profissional em assumir diferentes posições nos meios de comunicação. Em uma hora, uma atriz ou concorrente de reality show pode se transformar em repórter, como Ana Furtado no Video Show ou Iris Stefanelli no TV Fama. Ou uma repórter tornar-se atriz e voltar ao jornalismo, como Marília Gabriela. O campo artístico sempre foi permeável a estas alterações, mas, em um universo de celebridades, a troca de papéis é vertiginosa. E o perfil do jornalista, outrora mais que discreto - "jornalista não é notícia", rezavam as cartilhas das redações -, passou a competir em destaque com cantores, atores e diretores de televisão. Em um mundo onde o principal valor é a exposição, o risco é de o jornalismo deixar de ser informação e passar ao showbiz.

Adriane Galisteu é um caso exemplar desse troca-troca de posições. Começou com cantora do grupo musical Meia Soquete, foi atriz bissexta e apresentou mais de meia dúzia de programas, enquanto sua vida pessoal ganhava espaço nos noticiários, com seus romances com Ayrton Senna e Roberto Justus, entre outros. Mais importante que as fofocas do programa ou até mesmo as questões éticas que envolvem as mutações do jornalismo, é o caráter híbrido daquilo que se compreendia como sujeito e como personalidade. A vida pessoal e as atividades profissionais de Galisteu estão encarnadas em uma figura onde público e privado são cada vez mais comunicantes e cambiáveis. Um caso de evasão de privacidade.

Fonte: TV Press
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