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Françoise Forton: "administrar sucesso é mais complicado que o fracasso"

14 ago 2013 - 09h54
(atualizado às 09h54)
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Após dez anos fora da TV Globo, Françoise Forton vive a socialite falita Gigi em 'Amor à Vida'
Após dez anos fora da TV Globo, Françoise Forton vive a socialite falita Gigi em 'Amor à Vida'
Foto: Jorge Rodrigues Jorge/ Carta Z Notícias / TV Press

A vaidade é um traço forte em Françoise Forton. O cuidado com que se cuida ou que escolhe as palavras explicitam bem isso. Coincidência ou não, essa também é uma das marcas mais visíveis no perfil de Gigi, sua personagem em Amor à Vida, da TV Globo. Entretanto, enquanto a "socialite" em decadência apela para tratamentos supérfluos para se manter bela e jovial, a atriz garante que, hoje em dia, sua preocupação com a aparência é voltada apenas para a saúde. "Eu realmente sou vaidosa. Mas, atualmente, isso se reflete em detalhes, como usar um produto especial para a pele, por exemplo. Já a Gigi é exagerada nesse aspecto", analisa.

Há quase 10 anos fora da Globo, o convite para retornar à emissora surgiu através de Mauro Mendonça Filho, diretor-geral de Amor à Vida. Em uma conversa com o autor Walcyr Carrasco e o diretor de núcleo Wolf Maya, eles chegaram à conclusão de que a atriz seria a melhor opção para dar vida à espevitada Gigi. Na trama, a personagem, sempre que pode, recorre ao ex-marido para ter o sustento garantido. E, apesar de não ter nem mesmo o básico para sua sobrevivência, como comida ou luz elétrica em casa, ela acaba dando prioridade à sua vaidade e gasta tudo o que ganha com cabeleireiro e roupas. "A Gigi é uma mulher que foi muito rica, de família tradicional. Por isso, não aceita sua atual realidade como pobre. Então, ela acaba sendo um pouco golpista para sobreviver, mas não mau-caráter", defende.

Durante a preparação para a personagem, Françoise procurou ouvir histórias de pessoas que passaram pela mesma experiência de falência que Gigi. E, a partir daí, se propôs a compor, de forma intuitiva, todo um conflito de sentimentos que acredita ser comum nesse tipo de situação. Já a confusa relação da "socialite" com Atílio, seu ex-marido encarnado por Luis Melo, foi esboçada pouco a pouco através de músicas, filmes e lugares que a atriz imaginava fazer parte do universo do casal. "Eu prefiro começar trabalhando o interior da personagem para que, consequentemente, o exterior apareça. Isso me fez preencher primeiro o mundo da Gigi para depois criá-la", explica.

Françoise teve uma estreia precoce na televisão. Depois de fazer algumas participações pequenas em produções da Globo, como as novelas Fogo sobre Terra, em 1974, e O Grito, em 1975, a atriz começou a ganhar espaço na emissora. E, aos 19 anos, já encarou o peso de sua primeira protagonista, no folhetim Estúpido Cupido. O sucesso da trama foi tamanho que a repercussão nas ruas deixou Françoise assustada. "Eu aprendi que administrar um sucesso é muito mais complicado do que administrar um fracasso". Hoje, com mais experiência, ela planeja, com um pouco de saudosismo, revisitar essa época de sua vida com um musical homônimo à trama de Mário Prata. "Essa vai ser a minha comemoração para os meus 45 anos de carreira artística", adianta.

Apesar de frequentar aulas de teatro desde os oito anos de idade, Françoise só veio a se aprofundar no estudo da interpretação depois de já ter um certo reconhecimento na televisão. Após se formar em Artes Cênicas pela Fundação Brasileira de Teatro, ela começou a buscar, cada vez mais, se enquadrar no ideal de artista completo. E investiu não apenas na atuação, mas também na dança e no canto. "Eu aprendi com a Glauce Rocha que todo ator tem de ser completo. O único conselho dela que não consegui seguir foi ter uma profissão paralela à de atriz", relembra, aos risos.

Atrás das câmaras

Há alguns anos, Françoise descobriu na direção uma maneira de se expressar diferente da que estava acostumada na interpretação. Foi em um curso de assistente de direção, proporcionado pela própria Globo a seu elenco, que a atriz percebeu que queria ampliar seu campo de atuação na indústria cultural. E decidiu se especializar em Cinema. "No cinema, eu posso arriscar. Além de produzir uma história vista através do meu ponto de vista", analisa.

Hoje, formada pela Universidade Estácio de Sá na área cinematográfica, a atriz já assinou a direção de três curtas. Entre eles, Crepúsculo de Odin é o que ela destaca como sua referência, já que foi fruto de um roteiro próprio. Ainda sem um projeto em vista, Françoise não descarta a possibilidade de dirigir alguma produção em breve. "Tenho vontade de seguir essa área, fazer mais curtas, quem sabe um longa", confessa

Fonte: TV Press
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