Conheça as paisagens exuberantes do Peru que estarão em 'Amor à Vida'
Há 20 anos, ambientar as primeiras cenas das novelas em outros países virou uma tática óbvia de diversas produções da Globo. Com previsão de estreia para o próximo dia 20 de maio, Amor à Vida não foge à regra. No entanto, em sua estreia no horário das nove, Walcyr Carrasco não queria que o Peru fosse apenas mais uma locação externa de sua trama, mas sim que o local tivesse real conexão com a história. "Fiz uma viagem, aos 20 anos, como mochileiro para lá e me encantei. É um país de aventuras. O que se alia perfeitamente à personalidade de Ninho e Paloma, personagens do Juliano Cazarré e da Paolla Oliveira", explica o autor, que, assim que botou o ponto final no "remake" de Gabriela, exibido em 2012, voltou ao Peru na companhia de Wolf Maya e Mauro Mendonça Filho, diretor de núcleo e diretor-geral de Amor à Vida. "Viajamos para o Peru duas vezes antes das gravações começarem para a escolha dos cenários. Além de imagens lindíssimas, o Peru deu à história uma certa profundidade", acredita Mauro Mendonça Filho.
Na suntuosa paisagem turística de locais como Cusco, Machu Picchu, Arequipa, Colca Canyon, Ollantaytambo e Sacsayhuaman, o elenco principal da novela – que, além de Paolla e Juliano, é formado pelos intérpretes de César, Pilar, Félix, Edith e Alejandra, vividos por Antônio Fagundes, Susana Vieira, Mateus Solano, Bárbara Paz e Maria Maya, respectivamente – gravou por cerca de 20 dias. As cenas são a base de toda a história assinada por Walcyr. O que seria uma viagem em família para comemorar a entrada de Paloma para a faculdade de Medicina torna-se um acerto de contas envolvendo mentira, inveja e poder. É daí que surge a necessidade de ser livre da protagonista. "Para minha personagem, essa viagem ao Peru foi um momento de liberdade. Ela fugiu de sua realidade e encontrou naquela região angústias e decepções, mas também o grande amor", analisa Paolla. Na pele do alternativo Ninho, Juliano Cazarré utilizou a atmosfera local como principal fonte de inspiração para o personagem. "Ninho é um mochileiro com visual totalmente despojado. As gravações foram fundamentais para eu achar o tom exato do papel", destaca Cazarré.
Junto com o elenco central, as gravações no exterior envolveram cerca de 35 profissionais da equipe técnica, 700 quilos de equipamentos e 26 malas de figurino. Para dar fluidez ao trabalho, Mauro Mendonça dividiu a direção de boa parte das cenas com André Felipe Binder e ainda contou com o apoio de uma produtora local. "Apesar do frio e dos contratempos, a equipe estava integrada e bem animada com o trabalho", destaca André Felipe. Um dos obstáculos mais comuns para brasileiros na região é a altitude, já que a maioria das cidades da serra peruana está em média a mais de 3,5 mil metros acima do nível do mar. Sem muito tempo para se ambientar, Antônio Fagundes foi um dos que mais sentiu a pressão da altitude e teve dificuldades de respiração e enjoos. "Passei um pouquinho mal. O ar rarefeito me deixou estranho. Mas é algo bem normal para estrangeiros. Você escova o dente e tem de sentar para descansar", ressalta, aos risos.
Entre uma cena e outra, por conta da exportação de novelas globais para a América Latina, Fagundes e Susana Vieira foram reconhecidos e fizeram sucesso entre os peruanos. "Já morei no Peru por conta do trabalho e adoro aquele povo! Lá, eu e Fagundes somos tipo Brad Pitt e Angelina Jolie!", compara a veterana, com seus usuais exageros. Encarando a viagem de forma mais introspectiva, Mateus Solano aproveitou todo seu tempo livre para fazer caminhadas e revisitar lugares que ele tinha conhecido com seu pai em uma viagem feita há uma década. Além do magnetismo e da energia local, Mateus exalta a melancolia por trás das belas paisagens do país. "O Peru é um misto de alegria e tristeza. Porque tudo que está lá é uma sombra do império Inca. São cidades e civilizações construídas umas sobre as outras. E hoje você encara uma nação inteira vivendo da memória do que já foi", filosofa.