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Personagens de 'Guerra dos Sexos' são retratados de modo infantil

14 dez 2012 - 10h29
(atualizado às 10h29)
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Fazer humor na tevê aberta, atualmente, é bem mais complicado do que antes. Principalmente por conta das novas regras de classificação indicativa, que prejudicam programas exibidos antes das 20 horas – que devem ser livres ou não recomendados para menores de 10 anos. Esse é o caso do remake de Guerra dos Sexos, da TV Globo, que aposta no pastelão em quase todas as cenas de embate entre os protagonistas Otávio (Tony Ramos) e Charlô (Irene Ravache). A maioria dos personagens cômicos é infantilizada demais, passando por situações que, mesmo diferentes a cada capítulo, deixam a trama com um desagradável ar de "déjà vu".

A tramaé marcada pelo humor pastelão de Otávio (Tony Ramos) e Charlô (Irene Ravache)
A tramaé marcada pelo humor pastelão de Otávio (Tony Ramos) e Charlô (Irene Ravache)
Foto: Divulgação

O humor utilizado em Guerra dos Sexos chega a ser semelhante ao que se vê em alguns programas da linha de shows, como Zorra Total. A diferença, no entanto, é que as doses são semanais. Já em uma novela, esses exageros exibidos diariamente se tornam repetitivos demais, principalmente quando estão inseridos no núcleo central da trama. Isso gera um efeito contrário ao que normalmente se vê nas novelas.

Enquanto a maioria das histórias – mesmo as que apostam na comédia – têm um conflito dramático ou romântico cercando os personagens principais e usam o humor como espécie de respiro nas tramas paralelas, em Guerra dos Sexos são justamente as cenas mais densas que ganham essa função. Isso porque a comédia é explorada ao excesso, e quase sempre de forma cansativa.

Não à toa, alguns personagens vêm chamando mais atenção nos últimos capítulos, como a dissimulada Carolina, um acerto da intérprete Bianca Bin. A atriz, acostumada a encarnar mocinhas, está bem à vontade no papel da aprendiz de vilã. Assim como a perturbada Manoela (Guilhermina Guinle). Seu núcleo, aliás, é um dos mais interessantes do folhetim. Mesmo sem tentar fazer qualquer graça.

Mas nem todo exagero é incômodo na novela. Quando se trata da cenografia e produção de arte, por exemplo, o perfeccionismo é inquestionável. Como na cidade cenográfica em que se encontra a cobiçada loja Charlô's. E os cenários que compõem o castelo onde vivem Charlô e Otávio. O cuidado se estende também aos figurinos, assinados pela experiente Marília Carneiro. Mas nada disso foi capaz, até agora, de fisgar a atenção do público.

A média geral dos dois primeiros meses da novela finalizou em 22 pontos, oito abaixo dos 30 esperados para o horário. Prevista para se encerrar em abril, Guerra dos Sexos tem ainda quatro meses para reverter esse quadro. Tarefa difícil, até porque audiência não é necessariamente um termômetro de qualidade. É preciso considerar que, além do horário de verão – que normalmente costuma afetar negativamente a programação do final da tarde –, a trama ainda enfrentará o período de festas de fim de ano e Carnaval.

Fonte: TV Press
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