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Paizão ou desnaturado; veja os estereótipos paternos das novelas

11 ago 2013 - 16h10
(atualizado às 16h11)
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Os personagens Bruno e Paulinha de 'Amor à Vida'
Foto: TV Globo / Divulgação

A figura paterna sempre foi muito bem explorada na teledramaturgia brasileira. Entretanto, é possível dizer que, apesar das inúmeras abordagens feitas, alguns tipos de pais são mais recorrentes nas novelas. O personagem Bruno, de Amor à Vida, da Globo, é um exemplo. Interpretado por Malvino Salvador, ele é do tipo paizão. Além de ser apaixonado por sua filha de criação, o corretor de imóveis faz qualquer coisa para manter a guarda da menina. Mesmo que isso signifique lutar contra a mulher que ama na Justiça. "O Bruno tem bom caráter. Tudo o que ele faz é por amor à Paulinha. O sentimento é tão profundo que ele é capaz de tudo pela filha", simplifica Malvino Salvador, citando a personagem de Klara Castanho.

Os chamados "pães", pais que desempenham simultaneamente o papel de pai e mãe na criação de seus filhos, são uma das representações mais comuns nas produções nacionais. Na novela teen Rebelde, da Record, a autora Margareth Boury optou por ter dois pais solitários de diferentes idades para abordar o tema através de ângulos distintos. Apesar de ambos serem viúvos e se mostrarem extremamente dedicados às suas filhas, Jonas e Genaro, vividos por Floriano Peixoto e Edwin Luisi, mantinham comportamentos opostos. "Os homens estão cada vez mais ativos na paternidade. Achei interessante colocar pais solteiros com idades diferentes para mostrar a maneira de cada geração se relacionar com seus filhos. O Jonas era mais autoritário, em compensação, mais manipulado pela filha. Já o Genaro, o mais velho deles, era mais amoroso", relembra.

O conceito do "pai do filho do outro" também é bem revisitado nos folhetins. Não é à toa que o mau-caráter do Félix, de Mateus Solano, vai descobrir, mais para frente em Amor à Vida, que seu filho com Edith, vivida por Bárbara Paz, é na verdade seu irmão. Tudo por conta de um caso que sua mulher teve com César, de Antonio Fagundes, seu próprio pai. Outra produção que ressaltou essa abordagem paterna foi Paraíso Tropical, exibida pela Globo em 2007. Na trama de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, Heitor, personagem de Daniel Dantas, descobre que sua filha mais velha é fruto de um relacionamento antigo de sua esposa. E, mesmo indignado com a situação, ele não deixa de tratar a moça como filha. "O Heitor é um personagem que pode ser encontrado na vida real. Eu mesmo já ouvi vários casos. Mas a dramaturgia, muitas vezes, precisa exagerar um pouco os conflitos para que rendam cenas mais fortes", ressalta Ricardo Linhares. 

Mas nem sempre o pai é o melhor exemplo para sua prole. Alguns, inclusive, acabam tendo uma relação extremamente conturbada com seus filhos em razão de um comportamento egocêntrico. Como os pais mulherengos, que se envolvem em tantos casos amorosos que acabam sem tempo para dar atenção à família. O personagem Natan de Sangue Bom é típico dessa espécie. Encarnado por Bruno Garcia, ele vive em constante atrito com seu filho Maurício, de Jayme Matarazzo. "Natan tem uma personalidade egoísta e é inconsciente da sua irresponsabilidade. O que não impede que tenha arroubos de carinho de vez em quando com o filho. Como tantos pais por aí", acredita Maria Adelaide Amaral, autora do folhetim.

Na lista dos estereótipos paternos mais visitados nas novelas brasileiras há também o clássico pai desnaturado. Pode ser aquele que abandona, que maltrata ou até o que prejudica intencionalmente seu próprio filho. Em Dona Xepa, a figura ausente de Esmeraldino, de José Dumont, é sempre evocada pela protagonista interpretada por Ângela Leal como uma forte decepção do passado, quando o personagem sumiu deixando a família para trás. Já em Chiquititas, José Ricardo, de Roberto Frota, é um pai presente até demais. Autoritário, ele põe as aparências acima do bem-estar familiar. Prova disso é que ele prefere manter a filha sob efeito de sedativos em casa do que vê-la em um relacionamento com um rapaz humilde. "José Ricardo é um pai de temperamento muito difícil. Para ele, só existe uma única verdade: a dele. Como tem muito poder e poucos princípios éticos, usa esse poder sem o menor escrúpulo para fazer com que sua vontade prevaleça", explica o ator Roberto Frota.

Outra perspectiva

A sociedade é um organismo em constante transformação. E não seria diferente em relação à estrutura familiar tradicional. Mais flexível, a ideia de família hoje em dia acolhe diferentes formatos. Tal modernização é cada vez mais visível na sociedade. E, agora, também nas novelas. Personagens gays já não são grandes tabus em folhetins há algum tempo. Por isso, Walcyr Carrasco decidiu compor, em Amor à Vida, um casal homoafetivo que luta pelo direito de ter filhos. "Acho uma história importante de ser contada. Porque é uma resposta a todas as pessoas que acham que o mundo não pode evoluir", argumenta o autor.

Na trama, os personagens Eron e Niko, interpretados por Marcello Antony e Thiago Fragoso, decidem ter um filho através de inseminação artificial. A princípio, eles buscam alguma mulher desconhecida que concorde em ser barriga de aluguel. Diante de inúmeras tentativas fracassadas, acabam convidando Amarilys, amiga do casal encarnada por Danielle Winits, para ser a mãe da criança. "Apesar da história do casal ser uma coisa inédita na tevê brasileira, casais homossexuais com filhos já são comuns na sociedade. Já é natural", defende Marcello Antony.

Fonte: TV Press
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