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Paula Burlamaqui desafina para viver personagem em 'Joia Rara'

10 mar 2014 - 15h22
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<p>Paula Burlamaqui conta como desaprendeu a cantar para interpretar a Volpina de <em>Joia Rara</em></p>
Paula Burlamaqui conta como desaprendeu a cantar para interpretar a Volpina de Joia Rara
Foto: Jorge Rodrigues Jorge / Carta Z Notícias

Para mergulhar de cabeça em um trabalho, nem sempre é preciso dedicar um longo período à preparação. Paula Burlamaqui, no ar em Joia Rara, foi minimalista na hora de construir sua Volpina. A personagem da atual trama das seis é uma mulher comum. Daquelas que poderiam existir em qualquer década. A lavadeira é uma típica alpinista social, extremamente preconceituosa com o meio em que vive. "Quando ela estava no cortiço, era uma delícia fazer aquela fofoqueira amargurada", revela a atriz. A ambiciosa personagem tanto procurou que conseguiu uma vaga no cabaré Pacheco Leão, embora não seja talentosa como as demais vedetes comandadas por Arlindo, de Marcos Caruso. "Ao contrário delas, a Volpina não tem vocação nenhuma", diverte-se.

A mudança nos rumos de sua personagem, com a saída do núcleo do cortiço e a entrada no cabaré, criou um novo leque de possibilidades para a atriz explorar. No entanto, o processo de construção vivido por Mariana Ximenes e Letícia Spiller, intérpretes de Aurora e Lola, coristas do cabaré Pacheco Leão, foi na contramão do usado por Paula. "Se eu fizesse a mesma preparação que as meninas, ia atrapalhar", justifica. Como não tem grandes dotes artísticos, Volpina começou sua carreira sendo dublada por Hilda, de Luiza Valdetaro, uma grande artista que é impedida de cantar pelo pai, Ernest, de José de Abreu. "Achei que ia ser um processo fácil. Mas dublagem é muito difícil. A sintonia precisa ser perfeita. Por isso, eu e Luiza ensaiamos muito", revela. Quando precisa emprestar sua voz para Volpina cantar, a atriz também encontra dificuldades. "Faço aula de canto há muitos anos, então tenho de fazer exatamente o contrário do que aprendi", entrega, dizendo que, para desafinar, ela respira de forma errada. "Além disso, meu tom é mais grave. Com a Volpina, faço mais agudo, exatamente para ficar bem ruim, bem desafinado", diz.

O convite para participar de Joia Rara partiu das autoras Thelma Guedes e Duca Rachid – Paula atuou em outras duas novelas da dupla: Cordel Encantado, de 2011, e Cama de Gato, de 2009. "Elas disseram que queriam escrever uma personagem para mim. Topei na hora, nem pensei duas vezes", relembra, completando que imaginava focar mais no teatro depois do fim de Avenida Brasil, em 2012. "Tenho sempre planos de me dedicar aos palcos. Mas é difícil se programar sem saber se vai pintar alguma coisa na tevê", argumenta.

Apesar de sempre adiar a volta ao teatro por ter de cumprir seu contrato com a tevê, Paula diz que tem certos critérios na hora de topar interpretar uma personagem. Para ela, a equipe de diretores e o responsável pelo texto da novela são decisivos. Critérios tão importantes que se sobrepõem até ao papel, seu tamanho e relevância na trama. "O essencial é encontrar bons profissionais. Isso dá garantia de um trabalho de qualidade e bem feito", valoriza. Citando Ricardo Waddington e as autoras da novela, a atriz ressalta o reencontro com a diretora Amora Mautner. "A chance de improvisar que existe com ela torna o trabalho muito prazeroso e até mais orgânico. Não fica uma coisa montada ou forçada", acredita.

<p>A atriz vive Volpina, na novela das 18h</p>
A atriz vive Volpina, na novela das 18h
Foto: Jorge Rodrigues Jorge / Carta Z Notícias

  

Divisor de águas

Natural de Niterói, no Rio de Janeiro, Paula estreou na tevê em 1987, quando tinha 21 anos. Na ocasião, ela venceu o concurso Garota do Fantástico, do programa dominical da Globo. A partir daí, acumulou muitas personagens secundárias e periféricas, sempre com algum apelo sensual, como em Barriga de Aluguel, de 1990, e Mapa da Mina, exibido em 1993, até ter a chance de mostrar um outro lado. "Meus papéis eram superficiais e tinham poucos conflitos. Em América, tive a oportunidade de ir além", reflete, citando a novela de Glória Perez exibida em 2005.

Na pele de Islaine, Paula pôde transitar entre a comédia e o drama. Isso porque os conflitos com a sogra Dona Diva, de Neusa Borges, e sua relação com Feitosa, interpretado por Aílton Graça, beiravam sempre a comédia do popularesco do subúrbio. Paralelo a isso, a personagem era mãe de Flor, uma menina cega vivida por Bruna Marquezine. "Era um papel muito rico, tinha possibilidades para explorar. Com certeza foi um marco, um divisor de águas. Inclusive, foi a partir dessa novela que fui contratada pela emissora", revela.

Fonte: Terra
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