Homenageado no Domingão do Faustão, da TV Globo, neste domingo (30), Roberto Carlos admitiu que foi difícil segurar as lágrimas. “Estou fazendo força pra não chorar desde o início”, disse ele, que recebeu o 12º troféu Mario Lago, das mãos da atriz Regina Duarte. “Não tem palavra, não tem verbo, não tem adjetivo. Esse é o rei de todos os apaixonados”, emocionou-se Duarte ao fazer a entrega. Entre os outros nomes que já receberam a homenagem estão Laura Cardoso, Paulo José, Lima Duarte, Gilberto Gil e Hebe Camargo.
Vários convidados deram seus depoimentos ao cantor, relembrando momentos marcantes que envolveram Roberto e sua música. “Esse Cara Sou Eu, estou tirando bastante onda com essa música”, brincou Neymar. Caetano Veloso, por sua vez, relembrou os tempos de exílio, durante a Ditadura Militar, quando estava morando em Londres e recebeu a visita de Roberto. “O Rei evidentemente está acima dos governos que se sucedem”, derreteu-se Caetano, que na época ouviu As Curvas da Estrada de Santos, quando o músico ainda não havia gravado. “Sou louco por essa música até hoje por causa disso”, relatou.
Marisa Monte e Sérgio Groisman também resgataram antigas lembranças para homenagear o Rei. A cantora contou que ela e suas duas irmãs começaram a gostar de Roberto desde cedo, pois uma de suas empregadas era muito fã dele. “Éramos completamente histéricas por ele”, divertiu-se. Groisman, por sua vez, falou sobre sua ida ao primeiro programa Jovem Guarda. O apresentador riu ao recordar que presenciou o momento em que Roberto saiu do estúdio e uma legião de mulheres o atacou e chegou a rasgar suas roupas.
Além do ex-piloto Emerson Fittipaldi, que falou sobre a reforma do famoso Cadillac de Roberto, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também teve o seu momento de tiete. “Sempre fui fã do Roberto Carlos. É uma categoria estranha pra mim, porque normalmente não sou”, disse o sociólogo, ao teorizar que “rei não é poder, é aura. E o Roberto Carlos tem aura”.
O Domingão do Faustão, que contou com a participação no palco de Juliana Paes, Flavia Alessandra, Cris Vianna, Luana Piovani, Lisandra Souto, Débora Nascimento, Isis Valverde e Maria Fernanda Cândido, terminou a homenagem com as atrizes chorando e tietando Roberto.
Não se pode dizer que se foi o tempo em que as tramas das 21h brilhavam. Mas as grandes surpresas deste ano acabaram se revelando em outras faixas. No Melhores de TV Press 2012, a escolhida na categoria melhor novela, por exemplo, veio das 23h: a adaptação de Walcyr Carrasco de Gabriela. Assim como o prêmio de melhor autor, uma vitória dividida pela dupla estreante João Ximenes Braga e Claudia Lages, responsável pelo texto de Lado a Lado. Uma prova de que apostar no novo muitas vezes pode trazer resultados proveitosos
Foto: Carta Z Notícias/Divulgação
Desde a escolha do elenco, direção de arte e a própria direção de Mauro Mendonça Filho, Gabriela foi o grande destaque entre os folhetins de 2012. Mais até pelos personagens paralelos do que pelo próprio casal de protagonistas, vividos sem maior brilho por Juliana Paes e Humberto Martins
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Adriana Esteves conseguiu a unanimidade em 2012 entre os melhores da dramaturgia brasileira. Mesmo diante de atrizes como Cláudia Abreu e Leona Cavalli, que se destacaram em Cheias de Charme e Gabriela, a atriz finaliza o ano consagrada. Ao longo dos 179 capítulos de Avenida Brasil, ela conseguiu fazer da dissimulada Carminha uma das maiores vilãs da teledramaturgia nacional. Mas, ao contrário de várias colegas que já ocuparam o posto de malvada, Adriana aproveitou toda a ausência de maniqueísmos do texto de João Emanuel Carneiro para, no tempo certo, redimir sua personagem
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Nos últimos anos, Antônio Fagundes parecia ter dificuldades para, na tevê, se distanciar do caminhoneiro Pedro, que interpretou no seriado Carga Pesada. Mas fez uso de toda sua experiência para transformar o rude Ramiro Bastos, de Gabriela, na atuação mais marcante da novela. E se despiu de qualquer vaidade para isso. Tanto que, em cena, aparentava bem além dos seus 63 anos
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A ideia era que Carolina Dieckmann fizesse uma curta participação na reta inicial de Salve Jorge. Mas o vagaroso desenvolvimento da ida da mocinha Morena, de Nanda Costa, para a Turquia, vítima do tráfico humano, fez com que a atriz roubasse as cenas e todos os holofotes da novela se voltassem para a corajosa Jéssica. Carolina se mostrou pronta para segurar o posto de protagonista temporária e dar o pontapé que a trama de Gloria Perez precisava para que, finalmente, se iniciasse. Com isso, teve não só a morte de sua personagem adiada, como também conquistou a categoria atriz coadjuvante, nos Melhores de TV Press 2012
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O posto de galã nunca foi almejado por Marcos Caruso. O ator, aliás, jamais imaginou que pudesse conquistá-lo na televisão. Mas conseguiu, aos 60 anos, se surpreender ao se dedicar tanto na construção do ex-pugilista Leleco, de Avenida Brasil. O talento de Caruso sempre foi evidente, mas é fato que suas aparições mais marcantes nas novelas se deram em papéis de pais ou maridos tratados como bobões, como aconteceu em Mulheres Apaixonadas, Páginas da Vida e Três Irmãs. Na pele de um típico malandro do subúrbio, o ator conseguiu se reinventar e, ao lado de Débora Nascimento e Eliane Giardini, foi o responsável pelas sequências mais hilárias da história de João Emanuel Carneiro
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Audiência não pode mesmo ser vista como sinônimo de qualidade. Apesar das limitações impostas pelo horário das 18h e até pelos paradigmas que insistem em sobreviver na teledramaturgia, João Ximenes Braga e Claudia Lages não se acomodaram. Ao estrearem como autores principais, com Lado a Lado, os dois conseguiram criar um contexto original, onde uma parte da história dos negros no Brasil é contada a partir do ponto de vista deles. Ao retratar os primeiros anos após a Lei Áurea, a dupla mostra a dura batalha desses ex-escravos para conseguirem viver dignamente
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Luiz Fernando Carvalho é, sem dúvidas, um dos diretores mais autorais da televisão. Ainda mais em seus trabalhos recentes, em que passou a assinar também o texto. Muitas vezes, no entanto, paga um preço por isso. Ao se permitir as maiores ousadias dentro da Globo, corre o risco de amargar índices fracos de audiência, como já aconteceu com A Pedra do Reino. Desta vez, com Suburbia, Carvalho se volta para a periferia, mas com um tom poético e imagens conceituais que trazem um diferencial para a tevê aberta. E consegue um apelo popular que os últimos trabalhos do diretor não conquistaram
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Depois de uma experiência desastrosa com A História de Ester, em 2010, e algum avanço com Sansão e Dalila, em 2011, a Record parece finalmente ter dado seu grande passo no gênero bíblico ao produzir Rei Davi. A escalação de Edson Spinello como diretor geral foi um grande acerto, assim como o aumento de investimentos. Os custos de produção chegaram a R$ 25 milhões, o que possibilitou um cuidado especial nos cenários, caracterizações e figurinos valorizados pela alta definição das imagens. Impressionaram também os efeitos de luz e sombras. Para isso, foi utilizada uma máquina de fog fumaça artificial , que reforçou o tom épico de várias sequências
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Labibe Simão ainda é um nome em ascensão entre as figurinistas da tevê, mas tem feito trabalhos notáveis no que diz respeito a, literalmente, dar roupa aos personagens. Assim como no ano passado, em O Astro, fez bonito na faixa das 23h da Globo. Na segunda versão de Gabriela, Labibe buscou inspiração no cinema da época e em figuras icônicas para compor alguns papéis. Como na dona do bordel Bataclan, Maria Machadão, vivida por Ivete Sangalo, declaradamente inspirada em Coco Chanel. Um caminho diferente do percorrido por Marília Carneiro, responsável pelos trajes usados em cena na adaptação original. Na época, ela buscou informações sobre Ilhéus de 1925 com os próprios moradores da cidade
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Trabalhar a luz de uma época sem energia elétrica é tarefa para gente grande. Não à toa, Dennis Carvalho contou com o auxílio de Walter Carvalho na hora de conceituar toda a fotografia de Lado a Lado. Partindo de ruas escuras e do princípio de que a luz vinha do fogo, da lamparina, o cineasta se desdobrou para ambientar uma época que só conhecemos através de retratos em preto e branco. Figura rara na tevê, Walter já mostrou seu talento na dramaturgia em Renascer e Rei do Gado e também é o responsável pela fotografia de O Canto da Sereia, microssérie que a Globo estreia no próximo dia 8
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A ideia de ter um lixão ambientando a maior parte dos capítulos iniciais de uma novela das 21h poderia soar, no mínimo, indigesta. Mas a equipe de cenografia de Avenida Brasil transformou as imagens do aterro sanitário cenográfico em um dos pontos altos da trama de João Emanuel Carneiro
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Poderia até ser taxado de falta de originalidade, mas a estratégia de manter a trilha sonora original da primeira versão de Gabriela com novos arranjos foi um grande diferencial na adaptação de Walcyr Carrasco do clássico de Jorge Amado. Em tempos de busca excessiva por ritmos que empolguem a nova classe C, Mariozinho Rocha soube dosar o conservadorismo e a ousadia na medida certa, acrescentando apenas uma ou outra canção por questões estratégicas. Se bem que seria bem difícil trazer de volta a história da personagem-título sem que fosse embalada pelos versos de Modinha para Gabriela, na inconfundível voz de Gal Costa. Repetir a música da abertura, aliás, também foi a sábia decisão tomada para o remake de O Astro, que inaugurou a fase das novelas das 23h na Globo
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Novelas das 19h são sempre pautadas na comédia e recheadas de exageros e esse parece ter sido o maior trunfo da equipe de arte de Cheias de Charme, que conquistou a categoria melhor arte. Difícil esquecer a vistosa estátua de Chayene, papel de Cláudia Abreu, que enfeitava Sobradinho, cidade natal da cantora, no Piauí. Desde ônibus e avião personalizados para as turnês dos artistas da trama à favela cenográfica, tudo reforçou o conceito de fábula, presente ao longo de todo o texto de Filipe Miguez e Izabel de Oliveira
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Já se tornou hábito assistir à derrocada dos mocinhos de Gloria Perez. Desde 2005, com o pacato peão Tião (Murilo Benício), de América, a autora não consegue sequer um final feliz para o casal principal de suas novelas. Pelo menos, não juntos. E, curiosamente, Rodrigo Lombardi amarga agora, em Salve Jorge, o que já viu o colega Márcio Garcia passar em Caminho das Índias