Quero marcar a transição de âncora para apresentadora, diz F. Bernardes
- Márcio Maio
A espera de Fátima Bernardes por seu voo solo já tem data para acabar. A ex-âncora do Jornal Nacional estreia no próximo dia 25 o Encontro com Fátima Bernardes, programa que mistura jornalismo e entretenimento com um auditório de 60 pessoas escolhidas de acordo com o assunto abordado. Para isso, a jornalista conta com um cenário virtual em 360 graus que traz para a tevê brasileira uma tecnologia ainda inédita por aqui: a 3D Mapping, que dá uma sensação de relevo em três dimensões e serve de alternativa aos já batidos telões dos programas jornalísticos. "Vamos agregar informações de fora com imagens que vão ilustrar nossos temas", adianta Fátima. Ao seu lado, ela terá ainda um ex-apresentador da Globo News, Lair Rennó, que ficará monitorando o que acontece no mundo enquanto o programa está no ar e fazendo a ponte entre Fátima e os telespectadores. E também os humoristas Marcos Veras e Victor Sarro, encarregados de dar leveza a alguns temas. "Queremos que as pessoas que vão nos assistir se divirtam. Que elas participem de um bate-papo agradável e se informem", disse.
Você tem uma equipe que mescla nomes do jornalismo e alguns do entretenimento. De onde partiu essa ideia?
Quando apresentei o projeto, não pensei se ele seria realizado na Central Globo de Produção ou na Central Globo de Jornalismo, onde eu trabalhava. Trouxe três pessoas para desenvolverem a célula inicial comigo: Ana Paula Brasil, Geneton Moraes Neto e Carlos Jardim. A ideia era trazer o jornalismo de forma diferente, com entretenimento. E aí veio o Guel Arraes e o Cláudio Manoel. Em seguida, o Maurício Farias nos recebeu no núcleo dele e começamos a crescer para os dois lados: tanto para a área de entretenimento quanto para a área de jornalismo. Sempre foi um desejo da própria empresa ter um programa que realmente misturasse as duas coisas.
Que tipos de assuntos pautarão o Encontro com Fátima Bernardes?
Qualquer assunto da atualidade. Se assistirmos a uma reportagem, a partir dali vamos bater um papo. Posso chegar e perguntar o que alguém da plateia acha sobre aquilo. E posso ter algum especialista ali para ajudar com o tema. O fato de contarmos com um cenário em 360 graus possibilita uma conversa mais próxima com a plateia e uma interação maior do público. Há tempos que penso em tudo o que eu vejo nos noticiários, para ver de que maneira poderia repercutir no programa. Precisamos de temas interessantes, relevantes e, de repente, que sirvam como uma prestação de serviço. Podemos falar de educação, emprego, meio ambiente, moda, saúde, enfim, tudo que for interessante no momento. E o que a gente sentir que é o que as pessoas estão querendo ouvir e debater. Sabe quando você encontra alguém no dia seguinte de algo e está todo mundo falando sobre determinado assunto? É isso que eu vou discutir na TV.
Para o Encontro com Fátima Bernardes, você mudou seu contrato e agora já pode participar de merchandising, algo que não é permitido para jornalistas. Explique essa mudança.
Meu contrato passou por uma adaptação, sim. Mas, nesse momento, ainda não estamos fazendo merchandising. Acho que eles podem surgir, ao longo do programa. Até porque temos vários quadros onde essas ações podem ser aplicadas. São quadros às vezes caros e talvez a gente precise de ajuda para realizá-los. Se ela vier nesse sentido, será bem aceita. O objetivo principal é oferecer o melhor para o telespectador. Mas, sinceramente, ainda não há nenhum merchandising que eu tenha acertado para fazer.
O seu programa será exibido depois do Mais Você, que fala de culinária, artesanato e variedades, e do Bem Estar, sobre saúde. Chegou a conversar com essas equipes e estabelecer o que fica com cada um?
Não tive esse encontro, mas tenho uma percepção. Não usamos culinária, decoração e artesanato, por exemplo, porque isso a Globo já tem e muito bem feito nas manhãs. Quando digo que a área de Saúde nos interessa, falo de alguma notícia ou novidade que, obviamente, não deixarei de noticias. Mas o tipo de reportagem que já é feito para o Bem Estar não vai se repetir conosco. Vamos fazer outras coisas.
Como âncora do Jornal Nacional, você chegou a apresentar o programa de locações, inclusive no exterior. Isso pode se repetir agora?
O programa até permitiria, mas deixei o telejornal mais visto do Brasil e acho que preciso deixar muito claro para o público o que me motivou a fazer isso. Agora, vou estar no estúdio, junto com o telespectador que está em casa discutindo essas questões. Não digo que dessa água não beberei porque vai que, de repente, bate uma vontade de fazer uma coisa diferente, um programa especial, não é mesmo? Mas, nesse primeiro momento, quero marcar essa minha transição de âncora de telejornal para apresentadora de programa.
Encontro com Fátima Bernardes - Globo - Estreia dia 25 de junho, às 10h40.
