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"Me senti atropelada", diz Marília Pêra sobre saída de série

5 dez 2009 - 11h56
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GUILHERME SCARPA
Rio de Janeiro

Quando saiu de Cinquentinha, de Aguinaldo Silva, com direção de Wolf Maya, Marília Pêra sentiu-se "atropelada por um tanque de guerra" como ela define. Pouco mais de um mês depois do turbilhão, ainda magoada, sua atenção está voltada para o lançamento de Embarque Imediato, filme de Allan Fiterman que chega aos cinemas, ironicamente, esta semana - assim como a minissérie da Globo.

Embora tenha dificuldade em tocar na ferida, garante: "Eu sou muito simples. Sou velha atriz", para afastar qualquer insinuação ao título de "diva". Elegante, Marília prefere proteger os envolvidos em sua polêmica saída da minissérie depois de já ter começado a gravar, mas deixa pistas. "Tenho uma certa inveja de colegas que passam por cima da gente feito tratores. Eu não sou assim, fico magoada", lamenta ela, acusada de ter deixado Cinquentinha por estar insatisfeita com o tamanho de sua personagem, a ex-hippie Rejane, que foi parar nas mãos de Betty Lago. "Isso é bobagem. Gosto é de fazer papéis criativos. Quando fiz Pixote com o (Héctor) Babenco, só aparecia nos 20 minutos finais", contesta.

Para Marília, essencial é um diretor com capacidade de harmonizar um set ou palco. "Se for educado, delicado, respeitador, sei que seremos, no mínimo, felizes. Entendeu?", entrega ela, que dividiria a cena com Susana Vieira e Marília Gabriela. Essa felicidade, a atriz parece ter encontrado nas filmagens de Embarque Imediato. "Allan é gentilíssimo, um diretor encantador", elogia.

No filme, Marília interpreta Justina, supervisora do aeroporto que impede jovem casal - interpretado por Jonathan Haagensen e Clara Choveaux - de ir parar na Polícia Federal após tentar embarcar ilegalmente para Nova Iorque. "Gosto de contracenar com gente novinha. É mais espontâneo. Sou mais do espontâneo do que do sofrimento. Não baixa santo. Eu estudo o texto como se fosse uma partitura", diz.

Outro prazer que Marília ressalta é o de atuar com José Wilker. "Ele me chama de 'maninha'. A gente contracena desde Bandeira 2 (novela de Dias Gomes, de 1971). Ele é meu par mais constante. Já foi meu amigo, amante, irmão... Sei do suingue dele", diverte-se ela, que desta vez vive sua noiva. "A gente brinca muito." O único porém quanto ao filme tem a ver com ela mesma. "Acho que eu apareço demais. É muita Marília. Falei isso com o Allan. Danço, canto, sou mesmo uma pulga amestrada", gargalha. Durante o desenrolar da história, Justina resolve treinar o personagem de Jonathan para vencer concurso de música que garantirá a ele a quantia necessária para realizar seu sonho de ir para os Estados Unidos.

"O filme é do Jonathan. Ele é lindo, encantador. A Sandra (Pêra), minha irmã, foi coach dele", diz Marília, que contracena com ela no filme. "Acho que é uma homenagem a nós duas, porque interpretamos irmãs. Além de ser uma boa vitrine para o trabalho da Sandra", acredita. Se pudesse embarcar imediatamente, Marília migraria para outra profissão. "Quero ficar rica! Virar o Eike Batista. Nessa profissão não dá para ser rica", diz, séria.

Marília Pêra ainda está magoada com saída de Cinquentinha
Marília Pêra ainda está magoada com saída de Cinquentinha
Foto: Celso Akin / AgNews
Fonte: O Dia
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