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Reality Shows

MasterChef Brasil: acompanhe um dia de gravação do programa

Ritmo das gravações é intenso e o funil dos participantes já está cada vez menor

19 set 2014 - 09h52
(atualizado às 19h08)
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São dez da manhã e o estúdio do programa MasterChef, da Band, está a mil por hora. Funcionários da produção circulam para lá e para cá com caldeirões, pratos com pedaços de carne, vasilhas com cebola e alho.

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Apesar da quantidade de pessoas envolvidas, e do ininterrupto entra e sai – de gente e de comida –, o clima é de concentração. As bancadas, por enquanto, estão vazias e limpas.

Os jurados estão do lado de fora do estúdio. Enquanto a chef Paola Carosella está na maquiagem, Henrique Fogaça e Erick Jacquin conversam sentados em um café de forma bem mais descontraída do que o perfil carrancudo que exibem no programa.

<p><span style="font-size: 11.5pt; line-height: 115%; font-family: Arial, sans-serif; background-image: initial; background-attachment: initial; background-size: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-position: initial; background-repeat: initial;">H</span>enrique Fogaça, Paola Carosella e Erick Jacquin avaliam 16 concorrentes ao longo de 17 episódios</p>
Henrique Fogaça, Paola Carosella e Erick Jacquin avaliam 16 concorrentes ao longo de 17 episódios
Foto: Danielle Barg / Terra

“Celulares desligados”, “todos em suas posições”, “deixem livre a passagem para os cabos” são algumas das frases que anunciam o começo da gravação.  

Os jurados entram e se posicionam. A apresentadora, Ana Paula Padrão, faz o mesmo. Uma grande porta se abre e os participantes também começam a entrar.

Fotos deles não estão autorizadas, e também não se pode citar quem sobreviveu na competição – neste estágio, apenas cinco dos iniciais 16.

Afinal, trata-se de um reality show, e as gravações estão adiantadas. A claquete marca o 15º episódio, sendo que o programa tem 17 no total.

A atração semanal que estreou na TV há apenas três semanas fica no ar até dezembro. O programa segue o modelo do já consagrado reality presente em diversos países: cozinheiros amadores que buscam se tornar profissionais.

Além das provas em estúdio, eles também já realizaram três externas: uma que envolve alimentar um batalhão do Exército; outra em um casamento, em que ficaram responsáveis pelo buffet inteiro da festa; e a última em território internacional, em Mendoza, Argentina, que deve ir ao ar mais para o final do programa.

Desvendando a sopa 

Começa a primeira prova do dia. Ana Paula dá as primeiras orientações. De repente ela para, fica quieta e sacode a cabeça afirmativamente, concordando com o que o ponto diz. Depois de alguns segundos, retoma a fala.

Ela parece à vontade em seu primeiro papel na área do entretenimento, depois de tantos anos dedicados ao jornalismo. Fala livremente, sem nenhum papel de apoio ou o famoso teleprompter. 

A ordem está dada: os participantes têm que adivinhar os ingredientes presentes em uma sopa preparada pelos jurados.

Ao todo, são 15 itens, mas todo mundo vai muito mal. O participante que se sai melhor acerta apenas quatro deles. Mesmo assim, fica com a vantagem em relação aos demais.

Caixa misteriosa

O ritmo da gravação segue sem paradas. A segunda prova do dia é a já conhecida ‘caixa misteriosa’. Os participantes devem cozinhar usando ingredientes que só descobrem na hora.

Dessa vez, estão presentes itens como suco de tucupi, um cupuaçu inteiro (que só um participante teve a valentia de abrir), banana da terra, camarão seco, castanha-do-pará, coentro, peixe.

<p>Ana Paula Padrão comanda a atração e conversa com jurados</p>
Ana Paula Padrão comanda a atração e conversa com jurados
Foto: Danielle Barg / Terra

O concorrente que se deu bem na prova anterior carregou a vantagem para esta: ele foi autorizado a tirar um ingrediente de cada um dos participantes e, com isso, desestabilizou alguns deles.

O relógio começa a correr. Eles têm uma hora para usar a criatividade mas, ao mesmo tempo, provar que têm capacidade de planejamento para equilibrar sabores e o tempo de cozimento de cada um dos ingredientes.

O cheiro de cebola e alho refogado começa a subir. Os jurados se revezam entre as bancadas. Paolla faz o estilo mais ‘mãezona’: dá dicas, avisa quando nota algum contrassenso muito grande.

Fogaça segue a linha mais irônica, abordando os aspirantes a chefs com perguntas provocativas.

Jacquin também se mantém sério na frente das câmeras, embora pareça mais doce quando elas estão desligadas: conversa com a equipe, comenta os pratos e até faz graça. Ele chegou a colocar uma peruca de mulher na hora do intervalo para fazer pose e piada ao lado de Ana Paula.

<p>Ana Paula Padrão encara primeiro desafio na área de entretenimento</p>
Ana Paula Padrão encara primeiro desafio na área de entretenimento
Foto: Ricardo dos Santos/Band / Divulgação
Ele está falando sozinho?

As produtoras rondam as bancadas, acompanhadas de um cameramen, fazendo perguntas aos participantes e estimulando que expliquem seus pratos ao mesmo tempo em que cozinham. “Ele está falando sozinho?”, pergunta uma produtora, rindo, ao notar que um deles, mais desenvolto, fala com a câmera livremente, mesmo sem ser orientado.

Uma equipe de profissionais de gastronomia fica a postos para atender possíveis imprevistos. A parte de trás do estúdio tem grandes prateleiras onde estão liquidificadores, mixers, formas e outros aparatos para preparos mais elaborados.

Paola percebe nos participantes a busca por impressionar. “Não precisa ser sofisticado, precisa ser bom”, lembra. Fogaça já é mais enfático. “A gente quer ver um prato impecável”.

Ana Paula Padrão retoca o gloss dos lábios enquanto conversa baixinho e olha para o grande relógio que é uma das marcas registradas do cenário.

A expressão começa a mudar quando os minutos finais se aproximam, especialmente quando só restam três deles e ninguém começou a montar o prato ainda. “Acabou”, Ana Paula avisa, e os participantes largam os utensílios na bancada e levantam os dois braços para cima.

As câmeras são desligadas pela primeira e única vez no dia. A pausa é para o almoço. Lá fora não existe rivalidade, e os participantes sentam juntos na mesma mesa.

A expressão de todos, no entanto, entrega a tensão, já que a ‘sobremesa’ será o julgamento dos pratos que acabaram de ser feitos.

Sobremesa indigesta

Na volta, começa a segunda parte das gravações. Os participantes são chamados um a um na mesa dos jurados, que experimentam, criticam, elogiam com moderação.

Sim, eles comem o prato frio, mas o que está em jogo ali são critérios mais importantes do que isso: textura, equilíbrio de sabores, escolha de ingredientes, criatividade e apresentação são alguns deles.  

<p>Paola faz a linha 'mãezona' e orienta os participantes</p>
Paola faz a linha 'mãezona' e orienta os participantes
Foto: Danielle Barg / Terra

Sai um prato, entra outro. Saem talheres sujos, entram limpos. Os técnicos se revezam na reposição dos utensílios como em boxes de Fórmula 1: tudo muito rápido e preciso.

Ana Paula leva as mãos à cabeça com os comentários duros dos jurados. Pode ser jogo de cena, mas às vezes parece estar sofrendo de verdade com a situação. 

A tensão dos participantes também é verdadeira. Um deles chega a chorar com a análise positiva que ouve, sendo consagrado como o melhor prato do dia: um nhoque de banana da terra com peixe no tucupi que de fato parecia muito apetitoso.

A gravação termina, sendo que a eliminação ficou para o dia seguinte.

Com a mesma rapidez que o estúdio se encheu pela manhã, ele fica vazio. Os participantes saem rapidamente, Ana Paula desaparece, os jurados trocam as últimas palavras e somente a equipe técnica cuida dos últimos detalhes.

Televisão é assim mesmo, como a cozinha: a mágica acontece e desaparece em um piscar de olhos.

Picanha com chocolate

Quando se fala em reality com jurados, especialmente os formatos que são trazidos de fora, é  comum esperar que cada um deles vista um personagem e desempenhe um papel.

Fogaça contesta este estereótipo e diz que a braveza que passa na TV condiz com sua personalidade e com a forma com que conduz seus restaurantes (Sal Gastronomia e Cão Véio).

Ele acredita que é ainda mais exigente na ‘vida real’. “Desde o começo eu falei que não queria ficar engessado com um perfil para a televisão, estou sendo quem eu sou realmente. Sou mais bonzinho aqui, no dia a dia eu sou mais casca grossa, no restaurante”, conta.

<p>O mercadinho do reality supre os participantes com ingredientes</p>
O mercadinho do reality supre os participantes com ingredientes
Foto: Danielle Barg / Terra

Apesar da dureza, ele afirma que acabou criando alguma proximidade com os participantes, mesmo depois de ter comido pratos para lá de esquisitos. “O dia da picanha com chocolate, aquela gordura e a carne crua, com o chocolate, foi uma coisa bizarra”, disse, sobre o episódio em que o concorrente Jaime Conceição preparou um molho de chocolate para acompanhar o corte de carne.

Paola segue a mesma linha, afirmando que também não é a favor dos perfis de jurados muito caracterizados. Por isso, fez questão de não assistir aos programas dos demais países. “Não queria construir uma personagem porque não sou atriz. Sou uma cozinheira avaliando outros cozinheiros. Não quis me influenciar”, diz.

A chef afirma que demorou alguns episódios para assimilar o ritmo pesado de gravações, mas garante que “ser cozinheiro é mais puxado ainda”.

Para quem pretende seguir a área, ela dá duas dicas. A primeira seria passar um dia em um restaurante, na cozinha, para ver de perto a realidade. “As pessoas veem apenas o glamour. Mas são horas e horas em pé, a gente se queima, se corta, trabalha sábado, domingo, sexta a noite, Natal, Réveillon. Tem que ser impecável, cozinhar muito bem”, diz.

A outra dica é valorizar também a teoria, não só a prática. “Uma das coisas que a gente mais vê aqui [no MasterChef] é essa falta de conhecimento técnico”, observa.

‘Bem nascidos’ x Cohab

Um dos pontos que ficou claro nos últimos episódios é a diferença social entre os participantes: enquanto alguns já demonstram ter referência sobre ingredientes mais refinados, Jaime, o autor da picanha com chocolate, afirmou só ter comido este corte de carne duas vezes na vida.

Questionada se a falta de oportunidade ou de referências pode atrapalhar alguns concorrentes, ela discorda. “Tenho cozinheiros que começaram lavando louça no meu restaurante e hoje são os salários e cargos mais altos. Eles têm uma coisa que todo cozinheiro tem que ter, que vai além de estudar, que é um bom paladar. É um dom, é parte da pessoa.”

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Fonte: Terra
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