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Record abre safra de minisséries bíblicas com 'A História de Ester'

3 mar 2010 - 21h28
(atualizado às 22h12)
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Gabriel Perline
Direto de São Paulo

Estreia na Record na noite desta quarta-feira (3) A História de Ester, primeira de uma safra de minisséries bíblicas planejadas para a dramaturgia da emissora, protagonizada por Gabriela Durlo e Marcos Pitombo.

Para reviver a história de Ester, rainha judia que consquistou o coração do rei da Pérsia e livrou seu povo da perseguição dos amalequitas, a Record investiu cerca de R$ 5 milhões na montagem dos estúdios, figurinos e pesquisas. Tudo isso para fazer com que o público visse uma reprodução bastante fiel da Pérsia de 400 a.C.

Incumbido de prestar suporte a todas as áreas da produção, o historiador Marcelo dos Santos Ferreira, especialista em História Antiga, recorreu a antigos manuscritos para que a produção atingisse o nível desejado pela diretoria da emissora. "Um dos grandes desafios de estudar a Pérsia é que existem poucos manuscritos e a maior parte dos registros foram deixados pelos gregos, inimigos dos persas. Portanto, os relatos eram cheios de preconceitos", disse Marcelo.

O primeiro passo do historiador foi filtrar as informações tendenciosas existentes nos registros, para que a história fosse abordada sob a ótica persa e judaica. A segunda etapa consistiu em fazer os atores se familiarizarem com os costumes da época. "Eles tinham que se sentir persas. O desafio era deixar o elenco livre dos estranhamentos e transformar a época em algo particular e familiares à cultura: os valores morais, a função feminina, a relação política, os comportamentos masculino e feminino", pontuou.

Na composição dos estúdios e elementos de decoração, Marcelo disse não ter se baseado nas versões cinematográficas da trama de Ester, pois apresentavam muitas falhas. "Alguns atores tinham tatuagens, cenários eram feitos com elementos não utilizados na época, comportamentos que não condiziam com os reais. Nossa versão está diferente porque tivemos todo o cuidado de reproduzir aquilo que realmente foi a Pérsia", garantiu o historiador, que também se preocupou com os alimentos usados nas gravações. "Fizemos uma pesquisa para saber o que era produzido e consumido na época. Como o local era uma rota comercial, a alimentação tinha forte influência grega, africana e indiana. Tomamos cuidados para não colocar alimentos americanos, como milho e batata, que não faziam parte da cultura local", disse.

Seda e linho para a composição do figurino

Auxiliado pelo historiador Marcelo, o figurinista Edson Galvão encarou o desafio de reproduzir as vestimentas utilizadas na Pérsia Antiga e deixar os atores como verdadeiros cidadãos de 400 a.C. "Este figurino foi todo construído, desde os sapatos até as joias. Tivemos muita dificuldade, porque não existem documentários de vestuários desta época", comentou.

Com uma equipe de oito assistentes trabalhando em ritmo frenético, Edson usou boa parte do orçamento na compra de tecidos de alto valor. "Muita seda e muito linho, pois era usado na época. Além disso, me preocupei com as cores e o tingimento das peças. Usamos canhamo para dar o tom envelhecido, além do rosa e do vermelho", disse.

O figurinista e sua equipe começaram a produzir as vestimentas em outubro de 2009, cerca de 40 dias antes do início das gravações. Para Edson, a tarefa mais difícil foi reproduzir as roupas utilizadas nas batalhas. "Perdemos muito tempo nestas peças, porque era tudo muito pesado e os atores precisavam ensaiar com o figurino. As roupas não podiam prender no corpo e prejudicar os movimentos. Além disso, a produção queria que tudo fosse o mais real possível em termos de volume e peso, para que o gestual do elenco fosse fiel à época", afirmou.

Por se tratar da primeira produção da emissora que exigisse tantos aparatos especiais, Edson garantiu que todas as peças e figurinos serão reaproveitados. "Ficarão guardados no acervo. Com a aprovação de novas minisséries, a gente consegue aproveitar quase tudo", disse.

Figurino produzido para a minissérie tenta retratar a real época histórica
Figurino produzido para a minissérie tenta retratar a real época histórica
Foto: Divulgação
Fonte: Redação Terra
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