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Já eliminada, Natálie diz que não viu rivalidades no 'The Voice'

20 nov 2012 - 08h18
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Felippe Camargo
Direto de São Paulo

Apesar de estarem disputando um único prêmio que inclui R$ 500 mil, um contrato com a Universal Music, gerenciamento de carreira e um carro 0 km, os participantes da primeira edição do The Voice Brasil não demonstram ser grandes rivais. Ao menos foi o que afirmou Natálie Mendes, uma das participantes já eliminadas do reality show, em entrevista exclusiva ao Terra.

"Em momento algum percebi isso, ao menos no grupo do Daniel. Pelo contrário, um candidato estava sempre ajudando seu parceiro", afirmou a paulistana de 29 anos, eliminada do programa no último dia 28 de outubro. "O clima era muito tranquilo, estávamos entre amigos, um torcendo realmente pelo outro."

Apaixonada pelo canto, Natálie garantiu na conversa que pretende continuar seguindo seu sonho. Mas com consciência, já que a carreira na música não é fácil - e, justamente por esse motivo, ela também sempre investiu na educação, tendo se formado em medicina há dois anos e até hoje trabalhando na área. "Costumo brincar que tenho a música como profissão e sou médica nas horas vagas. Na verdade, não gosto de dizer que sou médica quando estou fechando algum contrato, pois isso leva as pessoas a crer que não dou a devida atenção à música", explicou.

E, para os que sonham em seguir carreira na música, Natálie dá a dica: sempre ter em mente que o meio artístico pode ser muito ingrato com o pretendente a se destacar nele. "Nunca troque o certo pelo duvidoso. Por vezes, você vai dar o melhor de si, vai ser reconhecido e muito elogiado por isso, mas vai voltar com os bolsos vazios para casa. Por isso, conciliar (com outro trabalho) é a melhor forma de se arriscar. Depois, se seu esforço estiver dando certo, se jogar na carreira artística não vai ser mais um 'risco', e sim uma grande jogada", opinou.

Confira a entrevista a seguir:

Terra - Como começou sua relação com a música?

Natálie Mendes - Sempre gostei de cantar. Desde criança, ganhei brinquedos relacionados à musica e fui criando afinidade com os instrumentos. Minha paixão ficou ainda maior quando ganhei um teclado, aos 12 anos, ocasião em que aprendi a tocar as músicas que...lembro-me que um dia estava cantando Unbreak my Heart, da Toni Braxton, e minha mãe ficou ouvindo por detrás da porta. Quando terminei, ela entrou no quarto, emocionada, dizendo que eu levava "jeito para a coisa". Ela sempre me incentivava, mostrava para suas amigas e vizinhos, que elogiavam, e pediam pra eu cantar mais. Fui pegando gosto pela coisa e não parei mais. Aos 14 anos, em Juiz de Fora (MG), me juntei a um grupo do colégio como vocalista. Formamos a banda FreeFall, da qual fiz parte por mais de 10 anos. No repertório executávamos clássicos do rock nacional e internacional, inclusive em formato acústico.

Terra - Quais instrumentos você toca?

Natálie - Nunca tive instrutor ou professor, mas toco violão e piano.

Terra - Que estilo de música você gosta?

Natálie - Tenho predileção pelo pop/rock nacional e internacional, mas também gosto de outras linhas. Se a música for boa, merece ser apreciada, independente do estilo.

Terra - O que você sente quando está cantando?

Natálie - A música é um dos maiores prazeres da minha vida. Cantar me invade de felicidade, me renova, me faz renascer.

Terra - O que te inspira a fazer música?

Natálie - Gosto muito de fazer trilhas-sonoras para os filmes que me identifico. Fico imaginado, por exemplo, se o tema de O Código Da Vinci fosse meu, como ele seria. E de repente me pego no teclado, lembrando das cenas do filme e compondo uma nova trilha para a obra. Além de me distrair é uma espécie de exercício. Situações que vivencio também são grande inspiração para compor.

Terra - No seu Twitter está escrito que você é médica nas horas vagas. O que isso significa? Você é formada em medicina?

Natálie - Costumo brincar que tenho a música como profissão e sou médica nas horas vagas. Sou formada há dois anos e concilio essas duas profissões que tanto amo. Na verdade, não gosto de dizer que sou médica quando estou fechando algum contrato, pois isso leva as pessoas a crer que não dou a devida atenção à música. Me dedico à música tão profissionalmente quanto me dedico à medicina. Mas, para lidar com as duas, é preciso ter proporções bem dosadas de seriedade e descontração.

Terra - Qual é o seu trabalho como médica?

Natálie - Sou plantonista em urgência e emergência em cidades próximas a Juiz de fora.

Terra - Que conselho você daria para pessoas que tem medo de sair da zona de conforto e arriscar uma carreira na música?

Natálie - Talvez um conselho de mãe: não trocar o certo pelo duvidoso. Apesar de levar meu trabalho como cantora muito a sério, é preciso estar consciente que a vida de músico pode ser "ingrata". Por vezes você vai dar o melhor de si, vai ser reconhecido e muito elogiado por isso, mas vai voltar com os bolsos vazios para casa. Por isso, conciliar é a melhor forma de se arriscar. E, depois, se seu esforço estiver dando certo, se jogar na carreira artística não vai ser mais um "risco", e sim uma grande jogada.

Terra - Por que você decidiu se inscrever no The Voice? Como foi o processo seletivo?

Natálie - Minha mãe me ligou avisando sobre o programa. Lembro-me que estava de plantão e a recepcionista me chamou correndo, "doutora, sua mãe no telefone. Ela disse que é urgente e precisa falar com você agora". Confesso que fiquei assustada e, quando atendi o telefone, ela mal conseguia falar. Gaguejando e com custo, ela disse que eu precisava me inscrever no The Voice. Antes das audições cegas, todos os participantes foram ouvidos um a um pela equipe do programa, que foi à mesa em todos os estados do País. Desta seleção foi fechado o grupo que seguiu para as audições exibidas desde o dia 23 de setembro.

Terra - Como era a rotina nos bastidores do programa?

Natálie - Apesar de ser uma competição, o clima era muito tranquilo, estávamos entre amigos, um torcendo realmente pelo outro. O trabalho era pesado. Por vezes, acordávamos às 4 da madrugada. Tínhamos uma rotina intensiva com a fonoaudióloga-preparadora, figurino, ensaios e aulas com os técnicos - no meu caso, Daniel e sua assistente, Luiza Possi.

Terra - Não havia rivalidade com os outros concorrentes?

Natálie - Em momento algum percebi rivalidade no grupo do Daniel. Pelo contrário, um candidato sempre estava ajudando seu parceiro.

Terra - O que você aprendeu com a participação no The Voice?

Natálie - Aprendi não só com a minha participação, mas também com a participação dos colegas. Questões como postura de palco, lidar com a ansiedade e, principalmente, que a música certa para a sua voz faz muita diferença.

Terra - E, agora que foi eliminada, está torcendo para alguém no programa?

Natálie - Acho que ganhar o The Voice Brasil é difícil pra qualquer um que está lá dentro. Só tem fera, fica muito difícil prever quem sai e quem fica. Mas acho que a Carol Marques tem uma voz linda, é uma das minhas favoritas.

Terra - Como era sua relação com o cantor Daniel? Você também teve a oportunidade de conhecer os outros técnicos nos bastidores?

Natálie - Não. As gravações são em dias diferentes.

Terra - Andando pelos corredores da TV Globo você conheceu mais algum famoso?

Natálie - Vi vários atores, apresentadores, mas não tive oportunidade de conversar com nenhum deles.

Terra - Quais são os projetos para sua vida daqui para frente?

Natálie - Aproveitar o máximo desta exposição para difundir meu trabalho para todo o País. Inclusive, estou recebendo muitas mensagens de Israel e do Japão. Fico feliz em saber que minha voz chegou tão longe.

Terra - Quais são seus hobbies além da música?

Natálie - Cozinhar! Adoro pegar receitas diferentes, exóticas, picar tudo miudinho, medir, pesar e encostar a barriga no fogão (risos)!

Até sair do reality show, no último dia 28 de outubro, a paulista de 29 anos estava no time de Daniel
Até sair do reality show, no último dia 28 de outubro, a paulista de 29 anos estava no time de Daniel
Foto: TV Globo / Divulgação
Fonte: Terra
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