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"Todos os personagens valem a pena", diz atriz no ar em 'Flor do Caribe'

10 ago 2013 - 19h32
(atualizado às 19h33)
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<p>No ar em 'Flor do Caribe', Bete Mendes mostra-se sem grandes vaidades e a serviço de suas personagens</p>
No ar em 'Flor do Caribe', Bete Mendes mostra-se sem grandes vaidades e a serviço de suas personagens
Foto: Jorge Rodrigues / Carta Z Notícias

Bete Mendes é daquelas atrizes que o telespectador se acostumou a ver sempre no ar. Profissional e extremamente disciplinada, ela credita sua permanência anual na tevê ao fato de nunca dizer "não" aos convites que recebe. "Todos os personagens valem a pena. Mas cabe ao ator buscar o melhor de cada tipo e transformar o trabalho em prazer", destaca. No ar como a religiosa Olívia de Flor do Caribe, Bete comemora seu reencontro com o autor Walther Negrão e o diretor Jayme Monjardim uma década depois de A Casa das Sete Mulheres". "Foi um trabalho muito especial e que conquistou o país", valoriza. E ainda exalta o ambiente praiano e de sotaque nordestino da atual novela das seis. "Amo o mar e tudo que é ligado a ele. Fora isso, Olívia é uma personagem simples e que tem uma história bonita e corajosa ao lado do marido e do filho", ressalta.

Paulistana e conhecida por sua forte veia política, Bete está na tevê desde o final dos anos 1960, quando, ainda na extinta Tupi, atuou na clássica Beto Rockfeller. Na Globo desde 1974, quando participou de O Rebu, Bete lembra com carinho de suas personagens mais populares, caso de Donana, a interiorana de O Rei do Gado, de 1996. "Não ligo muito para o tamanho das minhas personagens. Mas é claro que é bom quando a repercussão toma as ruas", opina. A pouco mais de um mês do fim de Flor do Caribe, a atriz já arquiteta uma volta em grande estilo ao universo do Cinema. "Tenho quatro produções para rodar entre 2013 e 2014, com filmagens em Pernambuco, São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Só pedi paciência aos diretores porque a televisão sempre me consumiu demais. E isso não é uma reclamação", brinca, entre risos.

Sua personagem em Flor do Caribe é carregada de drama e simplicidade, características semelhantes de tipos vividos por você em outras novelas. Como faz para não se repetir?

Posso fazer a simplicidade de minhas personagens de muitas formas. Por exemplo, o lado simples da Olívia é fruto da forte religiosidade dela. Acredito muito na minha intuição e a experiência me dá suporte para, no processo de construção, diferir personagens que possam ter coisas em comum. A base dramatúrgica, os arquétipos e as histórias podem se parecer, mas nada é igual.

Você estava gravando o "remake" de Gabriela quando foi escalada para a atual novela das seis. Depois de tantas tramas e personagens, o que ainda a instiga a aceitar novos trabalhos?

É meio clichê, mas sou apaixonada pelo que faço. E acho que a atriz que gosta da sua profissão tem mesmo é de estar trabalhando. Sou do tipo que não recusa nada. Qualquer trabalho é importante e acho que essa postura me deu uma visão e uma visibilidade mais ampla da televisão. Me mostro disponível e acabo recebendo muitos convites e passeando por todos os horários e núcleos da emissora. Já no cinema, eu fui um pouco mais seletiva.

Como assim?

Entre os anos 1970 e 1980, recebi muitos convites para pornochanchadas. E era o tipo de trabalho que não me agregava em nada artisticamente. Lia os roteiros e as personagens estavam sempre sorridentes e nuas na cama (risos). Qualquer pessoa poderia fazer esse tipo de cena, nem precisaria ser atriz. Eu era gatinha e recebia muitos convites dessa natureza.

A nudez a intimidava?

Não sou tímida e já fiquei nua em alguns filmes. Mas sempre era justificado. O que me incomodava em muitos longas e realizadores era a gratuidade de algumas cenas: vazias e feitas para chamar o público masculino. Muitas atrizes amigas minhas fizeram, mas eu não me sentia bem em participar daquelas produções.

Você estreou nas novelas em Beto Rockfeller, primeira trama de temática mais contemporânea e urbana produzida no Brasil, que este ano faz 45 anos. Qual sua principal lembrança dessa época?

Foi uma novela feita na coragem. Tudo era muito na base do improviso e no prazer de levar aquilo ao ar. Lembro muito do quão aquele trabalho era espontâneo. A modernidade estava ali como um retrato da época e não apenas firula. É por isso que o resultado é lembrado até hoje. As novelas atuais sempre recaem no óbvio, no clichê. Falta risco e arrojamento.

Fonte: Geraldo Bessa
Fonte: TV Press
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