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Vila Isabel promete simplicidade e samba no pé em desfile

2 fev 2013 - 13h18
(atualizado às 16h18)
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No segundo ano à frente do desfile da Unidos de Vila Isabel, a carnavalesca Rosa Magalhães vai levar para a avenida a simplicidade da vida do homem no campo, com o enredo “A Vila canta o Brasil, celeiro do mundo – Água no feijão que chegou mais um...”. A azul e branco escolheu a agricultura como forma de mostrar como a vida no campo é dura, de muito trabalho, mas também é muito alegre e simples, independentemente do tamanho de suas terras ou do trabalho, seja num sítio ou em uma grande fazenda.

Os preparativos para o desfile da escola estão a todo vapor
Os preparativos para o desfile da escola estão a todo vapor
Foto: Mauro Pimentel / Terra

Última escola a se apresentar na avenida, na segunda-feira à noite, a Vila Isabel promete contagiar o público com os hábitos simples do povo do interior, com suas modas de viola, o cocoricó do galo às 5h ou com as conversas de “cumpadi”, e muito samba no pé e alegria de seus componentes.

“É um enredo de fácil entendimento, não tem nada de misterioso. Vamos falar da agricultura, mas também do homem do campo que acorda cedo, toma o seu café e vai para a lida no campo. Depois de muito trabalho, volta para a casa, encontra os 'cumpadis', tem um dedo de prosa, às vezes tem festa caipira, às vezes dorme cedo. Enfim são pessoas de hábitos simples, mas muito felizes", contou Rosa.

Carnavalesca mais vezes campeã do Carnaval carioca, ainda na ativa, com seis campeonatos (cinco campeonatos com a Imperatriz Leopoldinense e um com a Império Serrano) e com um prêmio Emmy de figurino pela cerimônia de abertura dos Jogos Pan- Americanos de 2007 no currículo, Rosa acredita que coreografar os desfiles das escolas é legal, se feito com equilíbrio e sem muita teatralização.

“Eu acho que cada escola e cada carnavalesco têm a sua visão. Eu mesmo já mesclei um pouquinho, em alguns momentos que eu achava interessante no desfile, mas tem que haver um equilíbrio, isso é um ponto de vista particular. Essa discussão sobre ter ou não ter coreografia vem desde 70, com o minueto do Salgueiro. Isso é uma coisa tão antiga. Só não podemos esquecer que estamos fazendo Carnaval, que é uma escola de samba e não um espetáculo da Broadway", justificou.

Três décadas de avenida ensinaram a carnavalesca que o mais importante durante o desfile é o canto e a dança, mas que o acabamento de fantasias, adereços e carros alegóricos são também importantes. Rosa afirma que as escolas hoje precisam de patrocínio, já que fazer Carnaval está cada vez mais caro, principalmente em uma escola como a Vila Isabel, em que todas as fantasias são doadas para a comunidade.

“O dinheiro do patrocínio ajuda muito, principalmente na Vila onde todas as 4,5 mil fantasias são doadas para a comunidade. Aqui não vendemos fantasias, não há ala comercial, ninguém paga para desfilar. É preciso participar de todos os ensaios, responder até chamada de presença. Eu já fiz desfile com e sem dinheiro, mas com certeza fazer com patrocínio é muito mais sossegado e podemos focar só no nosso trabalho”, explica.

Carnaval só no sábado das campeãs

Nos dias que antecedem o desfile no Sambódrom,o a carnavalesca recorre a uma ajudinha para aguentar toda a tensão de colocar a escola na avenida, para milhões de pessoas, e só consegue aproveitar o Carnaval no sábado das campeãs, independentemente do resultado. Rosa revela que prefere ficar no final da escola, atrás do carro de som, em um canto observando a saída das alas, até o último componente chegar à Praça Apoteose.

"A véspera do desfile e o dia são muito tensos. Eu tomo uns comprimidos de calmante e vou linda e loira para o Sambódromo. Os dias que antecedem o desfile são uma doideira. Eu não paro, estou em todos os lugares ao mesmo tempo. No dia do desfile, eu entrego a Deus, mas rezo para que não fure um pneu, o carro não enguice ou bata. Durante a passagem da escola prefiro ficar mais no final, procuro um buraquinho, um cantinho atrás do carro de som e me enfio lá. Não vejo nenhuma escola no domingo e na segunda, gosto de ver o desfile das campeãs, aí eu já estou relaxada, pois já ganhei ou já perdi. Sei o resultado e é mais tranquilo", contou.

Fonte: Terra
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