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BBB17 já é um dos maiores equívocos do ano na TV

Edição monótona marcada por competidores introspectivos testa a paciência do telespectador

10 mar 2017 - 12h21
(atualizado às 14h30)
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A vida real nem sempre supera a ficção. A décima sétima edição do Big Brother Brother é prova disso.

O que deveria ser um show de realidade restringiu-se a um programa monótono e retrógrado em sua fórmula de sucesso já amplamente testada.

Há uma incongruência esquizofrênica: a maioria dos atuais participantes possui personalidade interessante e rica história pessoal. Contudo, eles não funcionam para aquilo que a atração se propõe: entretenimento de massa.

Então o BBB deve voltar a escalar apenas belos corpos ao invés de priorizar os pensantes? Eis o conflito existencial do reality show mais popular do País: o que o programa é, no que quer se tornar e a quem quer agradar?

Emily e Marcos: protagonismo em uma edição com pouca repercussão
Emily e Marcos: protagonismo em uma edição com pouca repercussão
Foto: Paulo Belote/TV Globo / Divulgação

Com bons jogadores descartados pela passionalidade do público, um casal pouco crível se tornou protagonista do jogo. Afinal, o edredom é um infalível recurso de popularidade para quem está na casa e um propulsor de audiência à emissora e a imprensa.

O par em questão nem de longe lembra os romances carismáticos vistos nas melhores temporadas do Big Brother. Ganhou evidência exagerada porque não há nada melhor para preencher os vazios do script.

A produção demorou a ‘acordar’ e agir para movimentar a trama supostamente orgânica do reality show. Então forjou falsa eliminação, levantou um muro para dividir os participantes, vai trazer um competidor do espanhol Gran Hermano VIP e despachar um competidor pra lá.

Toda iniciativa de tirar a atração do marasmo é válida, ainda que dificilmente vai reverter os equívocos, incluindo a escalação de alguns integrantes incompatíveis com a dinâmica da competição, atividades nada criativas e a subestimação da paciência do telespectador.

O Big Brother Brasil não vai acabar porque ainda garante audiência e faturamento relevantes à Globo. Entretanto precisa se reinventar nas próximas edições. Com infinitas opções na TV aberta, nos canais pagos e na internet, o público não tolera mais programa morno.

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