'BBB17' tem escassez de carisma, ação, emoção e criatividade
Reality show mostra participantes sem terem muito o que fazer e público sem ter o que assistir
Ainda é cedo para fazer uma avaliação individual dos participantes do Big Brother Brasil 17. Mas é possível afirmar que essa formação não está entre as mais simpáticas já vistas no reality show.
A primeira impressão evidencia muita estratégia e pouca autenticidade, excesso de arrogância e ausência de figuras carismáticas.
Após meses de seleções regionais e centenas (ou milhares) de entrevistas, os recrutadores parecem não ter conseguido compor um grupo à altura das melhores edições.
Nota-se um desânimo quase coletivo e uma verborragia desinteressante. Alguns competidores fizeram declarações preconceituosas em uma espécie de autossabotagem ou lapso de inteligência. O primeiro paredão ganhou ‘favoritos’.
Há ainda uma inexplicável falta de originalidade da produção. A prova do líder – na qual brothers e sisters precisaram segurar uma lança para evitar que uma luminária se apagasse – gerou zero de expectativa e nenhuma emoção.
E um erro recorrente mais uma vez é detectado: por que a direção não produz mais atividades com os moradores da casa para evitar a pasmaceira vista no pay-per-view?
A Globo possui estrutura quase ilimitada para fazer um programa surpreendente. O que foi mostrado até agora é uma reprise piorada. Participantes e público mereciam mais ação e imprevisibilidade.
Até Tiago Leifert, quem diria, está excessivamente controlado. Suas peculiares tiradas de humor poderiam tirar o BBB do marasmo – ou, pelo menos, provocar alguma reação passional no telespectador.