Desastroso, BBB17 vai obrigar a Globo a repensar o reality
Problemas com edição atual põem em xeque o futuro do formato
Boninho e sua equipe promoveram várias mudanças no Big Brother Brasil. A intenção era renovar a fórmula a partir desta décima sétima edição. Não deu certo.
O reality show amarga baixa audiência, repercussão pálida na imprensa e menor mobilização nas redes sociais. Nem os haters se mostram empolgados a direcionar artilharia contra o programa.
Na terça-feira (21), o público testemunhou um episódio simbólico desta temporada estranha: o eliminado Rômulo, um dos poucos estrategistas do BBB17, confrontou as mensagens explícitas e implícitas dos discursos de Tiago Leifert.
Horas depois, ao tomar café da manhã com Ana Maria Braga, o diplomata contestou insistentemente a edição, deixando a apresentadora numa situação desconfortável.
Leifert, em sua estreia no comando da atração, começou tímido, pisando em ovos, e depois ganhou confiança – ou foi instruído – a ponto de assumir o papel de ‘Grande Irmão’.
Uma postura à sombra do personagem principal de ‘1984’, obra de George Orwell sobre manipulação de massas e sempre associada ao formato do reality show criado em 1999, na Holanda, e exportado aos quatro cantos do planeta.
Num acesso de autoridade, o apresentador reclamou do comportamento debochado dos participantes: “Terminou a palhaçada! Acabou a brincadeira”. A plateia no estúdio aplaudiu, mas, em casa, o telespectador deve ter bocejado.
A indisciplina dos jogadores, neste caso, serviu para apimentar um programa insípido. Ainda que estejam errados em desrespeitar as regras, os competidores conseguiram quebrar o marasmo cotidiano de quem está confinado e também o do teleinternauta.
Falta vigor a este BBB. Ninguém parece se divertir realmente. Nem as eventuais discussões lembram os bons embates de outras temporadas. Até a movimentação sob o edredom não entretém como antes.
Se errou na escalação, formando um grupo sem energia, a produção deveria ter investido em ações para estimular a competição e surpreender os telespectadores.
O Big Brother Brasil costuma ser um recurso eficiente de escapismo. Contudo, desta vez, o apático show de realidade visto na TV não é páreo para as intempéries do mundo real.