Encrenca festeja o sucesso: "Entramos no radar das pessoas"
No ar há dois anos e meio, o Encrenca mostrou a que veio em 2016. O programa de humor exibido aos domingos na RedeTV! cresceu em audiência (com picos de até 9 pontos), se tornou o maior faturamento da emissora e conquistou espaço na mídia.
Os apresentadores Ângelo Campos, Dennys Motta, Ricardinho Mendonça e Tatola Godas e a equipe liderada pelo diretor Ricardo de Barros se livraram do rótulo 'cópia do Pânico', consolidaram estilo próprio e hoje vencem o principal concorrente no Ibope - a média anual do Encrenca é de 5.5 pontos, índice que representa mais de 1 milhão de telespectadores somente na Grande São Paulo.
"Conseguimos o reconhecimento do nosso trabalho. Entramos no radar das pessoas", opina Dennys Motta, que conversou com o Sala de TV. "Em números de audiência, estamos à frente de Xuxa, MasterChef… Claro que a gente quer ganhar do Silvio Santos, do Fantástico. Mas não ficamos preocupados com a concorrência. Nosso foco é apresentar um conteúdo cada vez melhor."
Bem-sucedido na 89FM, a Rádio Rock, com o programa Quem não faz toma!, o quarteto sempre teve o apoio da cúpula da RedeTV!: "Quando o Marcelo de Carvalho (vice-presidente do canal) nos convidou, ele sabia que a gente não tinha experiência em TV. Tivemos o tempo necessário para definir o formato. A gente nunca foi cobrado por audiência, e sim em achar o rumo certo".
Na opinião de Dennys, o respeito e a cumplicidade entre os apresentadores é o segredo do sucesso: "A gente briga, grita, são personalidades diferentes, mas somos muito amigos. Entre nós não tem dedo na cara. Nos entendemos no olhar, com poucas palavras. Um sabe se o outro tá sacaneando ou falando sério. Um embarca na ideia do outro. Estamos juntos nos acertos e nos erros. E olha que a gente erra pra caramba."
Em sintonia com a velocidade da internet e a busca frenética do público por novidades, o Encrenca costuma renovar seus quadros a cada três meses. E procura se distanciar cada vez mais do rival Pânico: "A gente não acompanha o trabalho deles. Não queremos ser influenciados. Não queremos apelar, colocar umas gostosas no palco, imitar 'Jackass'… E essas decisões se mostram acertadas. Não perdemos pra eles no Ibope".
E o bom desempenho no bilionário mundo da TV já os deixou ricos? O humorista desconversa: "A gente ganha bem, mas ganha mal em relação ao mercado. Se juntar o salário dos quatro não dá o salário de um medalhão da TV com menos audiência do que a gente".
Questionado a respeito da patrulha do politicamente correto, Dennys Motta faz uma crítica: "O mundo está chato. Hashtag 'mundochatopracaramba'. Não somos puritanos, mas também não fazemos nada apelativo. Zoeira não é trollagem. Não zoamos das pessoas, e sim com as pessoas. Prova disso é que não temos nenhum processo, o que é raro para um programa de humor."
A principal meta para 2017 é alcançar uma parcela de público que ainda desconhece o Encrenca: "Tivemos uma reunião com o pessoal do Ibope. Soubemos que 60% dos telespectadores da Grande São Paulo já pararam para ver o programa por pelo menos 1 minuto. Ainda temos 40% a conquistar, mostrar que a gente existe".
Prêmio Zap Zap
O Encrenca deu início à votação da segunda edição do Prêmio Zap Zap. Durante o ano, a equipe selecionou os melhores vídeos exibidos e os separou em 14 categorias ('Já que é pra tombar, tombei', 'Será que é só eu que bebo?', 'Melhor bordão', entre outras).
Os vencedores serão escolhidos pelo público - em votação no site - e serão anunciados num programa especial, no dia 25.
Telespectadores que participarem da votação vão concorrer a um prêmio de mil reais.
"O Zap Zap é o nosso VMB (premiação da MTV)'. Mesmo sem orçamento, a gente faz o Oscar de Osasco", ironiza Dennys Motta.