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Faltou dar a Mag o humor ácido que popularizou grandes vilãs

Personagem está distante do carisma de antagonistas como Carminha, Nazaré e Odete Roitman

11 mar 2017 - 17h02
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A menos de vinte capítulos para o fim, ‘A Lei do Amor’ inicia uma despedida frustrante do horário das 21h. O folhetim é considerado um dos menos empolgantes da última década.

Entre as poucas personagens com chance de permanecer na memória dos noveleiros está Magnólia, interpretada por Vera Holtz.

A vilã carregou a trama nas costas. Mag ganhou cada vez mais destaque principalmente em função de enredos pouco eficientes, como o romance arrastado dos protagonistas Pedro (Reynaldo Gianecchini) e Helô (Claudia Abreu).

Vera Holtz apresentou performance eficiente apesar da limitação do roteiro
Vera Holtz apresentou performance eficiente apesar da limitação do roteiro
Foto: Maurício Fidalgo/TV Globo / Divulgação

Mas os autores Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari optaram não dar à antagonista um elemento imprescindível às grandes vilãs: o humor.

Basta relembrar as víboras mais populares da teledramaturgia para constatar a presença de deboche, sarcasmo e até autodepreciação em tom cômico ou próximo a isso.

Em ‘Avenida Brasil’ (2012), Carminha (Adriana Esteves) fingia-se de puritana, assim como Mag, porém com eficiente registro irônico, capaz de fazer o público gostar mais dela do que da heroína politicamente correta Nina/Rita (Débora Falabella).

Nazaré Tedesco, de ‘Senhora do Destino’ (2004), igualmente assassina como a psicopata de ‘A Lei do Amor’, exalava carisma e presenteava o telespectador com falas e ações divertidíssimas.

Até a insolente Odete Roitman (Beatriz Segall), classuda como a socialite de São Dimas, despertava risos – alguns bem constrangidos – com seu escárnio a respeito de hábitos dos brasileiros, em ‘Vale Tudo’ (1988-1989).

Nem vamos colocar Mag lado a lado de vilãs de tramas rurais ou de realismo fantástico, como a Pérpetua (Joana Fomm) de ‘Tieta’ (1989-1990) e a Maria Altiva (Eva Wilma) de ‘A Indomada’ (1997), ambas engraçadas sem perder o caráter vil, pois não é adequada a comparação entre a permissividade daqueles subgêneros e os limites da contemporaneidade urbana de ‘A Lei do Amor’.

Dentro da sisudez do roteiro, Vera Holtz fez o que foi possível. Seu desempenho está livre de críticas. A atriz transformou Magnólia na melhor personagem de uma novela insossa.

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