Globo transforma mais um youtuber de sucesso em repórter
A cruzada da Globo para tentar atrair o telespectador teen, que fica 24 horas na internet e não tem interesse pela programação da TV, ganhou novo episódio.
No domingo (23), o Fantástico recrutou o youtuber Felipe Castanhari (quase 10 milhões de inscritos e mais de 636 milhões de visualizações em dois canais), para fazer uma reportagem sobre o adolescente que supostamente se enforcou como punição por perder um jogo online.
Castanhari apresentou outra versão para a morte: a partida virtual nem teria começado quando o garoto de 13 anos praticou a asfixia controlada, conhecida na internet como Jogo do Enforcamento e Jogo do Desmaio.
Detalhes à parte, a participação do youtuber chama atenção por explicitar o esforço da Globo em atrair o público da internet para frente da TV e adequar a apresentação de conteúdo ao interesse da audiência virtual.
No mesmo Show da Vida, outro ídolo da plataforma de vídeos, Christian Figueiredo (quase 10 milhões de inscritos e mais de 780 milhões de visualizações em dois canais) comanda o quadro 'Me Conta Lá no Quarto', quando visita adolescentes e conversa a respeito de dilemas típicos da idade.
Whindersson Nunes, também ídolo originário do YouTube, já apareceu em vários programas da Globo como convidado especial.
Assim como Kéfera Buchmann, igualmente famosa por seus vídeos, gerou matérias na emissora, convite (recusado) para apresentar o Vídeo Show e proposta (em aberto) para fazer novela no canal.
O YouTube e as redes sociais exercem influência cada vez maior sobre as emissoras. A internet se tornou a principal fonte de pautas para telejornais e programas de variedades.
E é na web que os grandes canais caçam talentos já testados para participar de suas atrações, seja como colunista, repórter ou apresentador. Hoje, para ter uma chance na TV, é quase obrigatório ser uma webceleb.
Mas nada garante que levar famosos da internet para a telinha seja suficiente para aumentar a interação entre as duas plataformas, atrair o público jovem e reverter a fuga de quem trocou o controle remoto pelo teclado do smartphone.
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