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"Se tentarem refazer 'Tieta', eu mato", avisa Aguinaldo Silva

12 jul 2016 - 08h31
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O novelista e Betty Faria, como Tieta: clássico insuperável (Fotos: TV Globo/Divulgação)
O novelista e Betty Faria, como Tieta: clássico insuperável (Fotos: TV Globo/Divulgação)
Foto: Sala de TV

O autor Aguinaldo Silva decretou: não vai permitir que a Globo faça um remake de 'Tieta', novela escrita por ele em 1989, baseada no livro de Jorge Amado, que se tornou um dos maiores sucessos da teledramaturgia brasileira. "Se tentarem refazer, eu mato", declarou em entrevista ao 'Roda Vida', da TV Cultura de São Paulo, na noite de segunda-feira (11).

Em outubro de 2015, ele já havia se manifestado contra a ideia aventada nos corredores da emissora. No Twitter, o novelista explicitou sua contrariedade: "O remake NUNCA é melhor que o original. E quando o original virou um clássico, então… 'Tieta' é aquela 'Tieta' e acabou".

Estrelada por Betty Faria, 'Tieta' tornou-se um clássico do realismo mágico, estilo praticado por Aguinaldo Silva em muitas produções. Ambientada na provinciana Santana do Agreste, a trama abordava fanatismo religioso, combate ao machismo e empoderamento feminino, prostituição de luxo, incesto, transexualidade e a modernização dos confins do Brasil.

Temas com alto teor de polêmica, porém suavizados com humor brejeiro e toques de surrealismo. A tradicional família brasileira, que naquela época era menos politicamente correta do que hoje, aprovou a ousadia dramatúrgica proposta por Silva. Os 196 capítulos de 'Tieta' renderam média de 65 pontos de audiência. A Globo reexibiu a novela no 'Vale a Pena Ver de Novo' em 1994.

O folhetim é um dos mais pedidos pelos telespectadores do Canal Viva, especializado em reprises. Questões jurídicas envolvendo os direitos autorais do romance e direitos de imagem dos atores ainda impedem que 'Tieta' tenha sua reapresentação agendada.

Ainda no 'Roda Vida', Aguinaldo Silva revelou que sua próxima novela das 21h na Globo já tem data de estreia: 23 de março de 2018. Após uma sequência de histórias urbanas ('Império', 'Fina Estampa', 'Duas Caras', 'Senhora do Destino'), ele voltará ao realismo mágico. Sabe-se pouco da produção. Lilia Cabral será a vilã, inspirada numa personalidade verídica.

Outro projeto em andamento é uma minissérie batizada 'Dentro da Noite', título de um dos livros de João do Rio, jornalista e escritor que viveu no início do século 20, no Rio de Janeiro.

O famoso personagem da crônica carioca será o fio condutor de histórias de terror. "Naquela época o Rio não era a Cidade Maravilhosa, era a cidade da morte", explicou Aguinaldo Silva. A exibição não será na Globo. A produção vai para a TV paga ou serviço de streaming.

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