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Seis jornalistas que ganharam poder após se assumirem gays

17 out 2016 - 08h35
(atualizado às 12h40)
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Foto: Sala de TV

Muitos jornalistas homossexuais da TV preferem não comentar a respeito da própria sexualidade. Há o temor da reação negativa do público e da perda de credibilidade devido ao preconceito.

Mas alguns tomaram a iniciativa de sair do armário e acabaram se tornando, involuntariamente, porta-vozes contra a homofobia e a favor da tolerância.

A coragem de se assumir ampliou a visibilidade desses profissionais de imprensa e deu a eles mais espaço e influência na mídia. O blog selecionou seis casos bem-sucedidos de 'outing' entre jornalistas de vídeo:

Fernanda Gentil - Apresentadora do Esporte Espetacular e musa de grandes eventos esportivos, ela assumiu o namoro com a também jornalista Priscila Montandon no final de setembro. "Estou só exercendo meu direito de ser muito, muito feliz", declarou. Desde então, Fernanda gerou centenas de matérias por rebater comentários homofóbicos em suas redes sociais e afirmar que pretende criar os filhos sem discriminação de gênero e orientação sexual. Antes de tornar público o relacionamento, a apresentadora, de 29 anos, consultou a direção da Globo e recebeu apoio para divulgar esse detalhe da vida íntima. Em junho, ela lançou o livro 'Gentil como a Gente - A História de uma Família sem Firulas' (Intrínseca), no qual relata sua história de amor com o empresário Matheus Braga, com quem ficou casada por cinco anos e tem um filho.

Anderson Cooper - Trata-se do jornalista gay mais famoso e poderoso do mundo. Aos 49 anos, é o principal âncora do canal americano CNN e já cobriu guerras, catástrofes naturais e mediou debates entre candidatos à Casa Branca. Sua homossexualidade era conhecida havia tempo, mas ele só a assumiu publicamente em 2012. "Ainda há discriminação e violência contra pessoas de todas as idades, por conta da orientação sexual, e acredito que é importante deixar clara a minha posição", disse em comunicado oficial. Cooper passou a participar de eventos e campanhas contra a homofobia. Seus seguidores nas redes sociais passam de 12 milhões. Ele e o namorado, o empresário francês Benjamim Maisani, têm casa em Trancoso, na Bahia, onde passam férias todo ano.

Don Lemon - Foi outro âncora da CNN a compartilhar sua homossexualidade. Ele, hoje com 50 anos, preferiu esconder a verdade de parentes, chefes e colegas de trabalho durante décadas. Assumiu-se em 2011 na autobiografia 'Transparente'. "Assim como muitos gays, vivi com medo de que, se descobrissem minha sexualidade, me deixariam no ostracismo. É um fardo que milhões de pessoas carregam diariamente", explicou. A revelação não prejudicou sua carreira na TV. Lemon continua a ser um dos principais apresentadores da emissora, inclusive na cobertura da eleição presidencial.

Foto: Sala de TV

Robin Roberts - A principal âncora do tradicional programa Good Morning America, da ABC, se assumiu em 2013. Num post no Facebook, ela agradeceu o apoio recebido da companheira de longa data no enfrentamento de um câncer. A notícia imediatamente repercutiu em toda a imprensa dos Estados Unidos, deixando Robin, atualmente com 55 anos, ainda mais famosa do que já era. Nos últimos dois anos, seu prestígio aumentou e ela foi incluída na lista das 30 personalidades LGBT mais influentes da história.

Israel Gutierrez - Repórter da ESPN americana, ele é um dos poucos jornalistas assumidamente gays na cobertura de esportes. O 'outing' aconteceu em setembro de 2015, três dias antes de Israel, 39 anos, se casar com o companheiro, David Kitchens. Ele decidiu abrir a intimidade para não ter mais que esconder o relacionamento.

Rachel Maddow - Em 2008, ela se tornou a primeira âncora gay a ter o próprio programa no horário nobre da TV americana, no canal MSNBC. Com doutorado em Política pela Universidade Oxford e fama de destemida, é considerada uma das apresentadoras mais influentes de seu país. Assumida desde a faculdade, Rachel vive há 17 anos com a artista Susan Mikula.

Conclui-se que é mais fácil para um jornalista se assumir gay nos Estados Unidos do que no Brasil, onde a maioria prefere manter a homossexualidade blindada e fingir que ninguém sabe o que (quase) todo mundo sabe.

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