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Em 'Viver a Vida', Daniele Suzuki definitivamente abandona o quimono

5 abr 2010 - 15h06
(atualizado em 6/4/2010 às 09h32)
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Mariana Trigo
Direto do Rio de Janeiro

A excentricidade dos olhos puxados, os cabelos negros e as feições tipicamente orientais da nissei Daniele Suzuki sempre conduziram a atriz para papéis na TV com um timing de comédia. Pela primeira vez em 10 anos de carreira, desde que estreou como a divertida Sarah em Uga Uga, a carioca finalmente se sente distante dos preconceituosos estereótipos com Ellen, sua personagem em Viver a Vida. "Por ser nissei, minhas personagens sempre eram estereotipadas, engraçadas. As pessoas chegavam a me incentivar a desistir de ser atriz. Em cenas de sexo, sempre aparecia de quimono e não de calcinha e sutiã", lamentou a atriz de 32 anos.

Na pele da centrada médica em sua primeira trama de Manoel Carlos, Daniele afirma que esta personagem é seu primeiro trabalho na tevê com uma personalidade equilibrada e sem atrativos cômicos. Muito pelo contrário. A densidade da médica especialista em Medicina Paliativa, que precisa driblar com maturidade as provocações da inconveniente Isabel, de Adriana Birolli, tem sido um deleite para a atriz. "A Ellen começou a trama muito certinha, sensata. Mas a Isabel tira ela do sério quando aparece com o Ricardo. A Ellen passou até a se mostrar imatura quando se trata de relacionamentos. Isso tem sido uma surpresa para mim", analisou a atriz, se referindo ao personagem de Max Fercondini.

O que também tem surpreendido a atriz na história é a irrelevância dada ao tema dos cuidados paliativos, motivo de maior entusiasmo de Daniele quando soube que faria a personagem.

Após ter se aprofundado por semanas no tema e feito extensas pesquisas, a personagem ainda não abordou o assunto na trama com algum tipo de destaque. "A novela já está acabando e confesso que a Ellen ainda é uma surpresa para mim. Mas não estou criando expectativas com o paliativismo. Prefiro não me decepcionar. Já está bom ela ter sido uma personagem mais real, a que mais se aproxima de mim", minimizou.

Diante de seu rol de papéis na tevê, a atriz acredita que sempre atuou em papéis pouco verossímeis, como a exótica prostituta Yoko em Bang Bang, a compulsiva secretária Alice em Ciranda de Pedra, ou mesmo a recatada interiorana Rosa, de Pé na Jaca. "Todas foram muito caricatas. Mas a mais importante, que me fez deixar de ser vista como uma menininha e passar a ser uma mulher, foi a Yoko. Saí de Malhação para viver uma prostituta", lembrou, embora ainda seja chamada nas ruas por Miyuki, seu carismático papel de Malhação.

Pouco antes de Malhação, no entanto, Daniele terminou sua faculdade de Desenho Industrial na PUC do Rio e decidiu apostar em seu potencial como atriz. Cursou aulas de teatro na CAL e no Tablado e se aprofundou na carreira artística - que iniciou-se aos quatro anos de idade, quando Daniele começou a fazer aulas de balé. Aos 10 anos, já fazia campanhas publicitárias. Aos 15, começou a trabalhar como modelo, se formou como bailarina no Teatro Municipal do Rio e começou a fazer testes para personagens na tevê. "Tentei sempre abraçar todas as possibilidades. Tenho muita energia. Nada me faz ficar parada", avisa a atriz que, para manter a forma, continua dançando balé e frequentando aulas de capoeira, surfe, ioga e pilates. "Cuido muito do meu corpo porque vivo da aparência. Em compensação, pago um preço: vivo para isso", assumiu.

Alta tensão

A inquietude de Daniele Suzuki também se reflete em seu comportamento como apresentadora de programas no Multishow, canal onde já apresentou cinco programas. Em Destino Verão, Demorô, Mandou Bem, Tribos e Pé no Chão - que vai voltar ao ar após o término de Viver a Vida -, a apresentadora se mostrou interessada em todas as etapas das produções. "Sempre me envolvi nos roteiros, escrevo meus textos, me meto na edição, dou palpite em tudo. Isso me fez crescer nesse meio, apresentar projetos, ter autonomia para criar programas com o meu perfil", orgulhou-se.

Além de voltar a apresentar o Pé no Chão em uma temporada de viagens internacionais a partir do segundo semestre, Daniele acredita que um dia vai ter de optar em continuar nos sets de novelas ou apostar de vez em sua faceta como apresentadora. "Caminho para isso. Os programas me dão mais liberdade de criação e desenvolvimento. Ambos me completam de formas diferentes, mas, como apresentadora, tenho um controle maior", comparou.

Instantâneas

# Ainda na adolescência, na dúvida ao decidir para que carreira prestaria vestibular, por pouco Daniele Suzuki não se decidiu por Medicina Veterinária devido à sua paixão por animais.

# O contrato da atriz com a Globo vai até 2013. No Multishow, canal da Globosat, no entanto, Daniele faz contratos de acordo com o período que seus programas estão no ar.

# Margarida, a pequena cadela da raça daschund de Ellen, personagem de Daniele, é da própria atriz, que contracenava com sua cachorrinha no início da trama.

# Um dos projetos de Daniele Suzuki é começar a dirigir em tevê. No início deste ano, a atriz dirigiu o clipe de uma banda de rock.

Daniele Suzuki conseguiu abandonar os papéis cômicos
Daniele Suzuki conseguiu abandonar os papéis cômicos
Foto: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias / TV Press
Fonte: TV Press
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