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Em velório, secretária de João Ubaldo diz "era um gentleman"

18 jul 2014 - 12h36
(atualizado às 14h25)
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"Momento triste", diz ABL sobre João Ubaldo Ribeiro:

O corpo do escritor João Ubaldo Ribeiro, que faleceu na madrugada desta sexta-feira (18), chegou por volta das 11h30 na Academia Brasileira. Segundo Valéria dos Santos, secretária pessoal do escritor há dez anos, ele acordou por volta das 3h35 se sentindo mal e chamou a esposa Berenice. Os paramédicos tentaram reanimá-lo, mas não tiveram sucesso. No momento do socorro ele estava com a mulher e a filha Francisca. 

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João Ubaldo foi internado por cinco dias em maio com dificuldades respiratórias. Os médicos disseram que ele precisava parar de fumar - ele fumou a vida inteira -, e o escritor diminuiu a quantidade de cigarros e teve melhora considerável. A morte, segundo Valéria, foi um choque para a família.

"Ele era um gentleman. Tinha uma delicadeza em lidar com o ser humano muito grande", disse.

Ela despachava com o escritor diariamente por e-mail ou pelo Skype. "Ele não gostava de falar ao telefone, preferia ver a pessoa. Acordava por volta das 5h sempre e começava a escrever.  Às 10h, quando começava a receber emails e ligações, fazia uma pausa."

João Ubaldo escrevia há um ano e meio um novo romance, ainda sem título. Não comentou nada com Valéria sobre o livro para que evitar que ela fosse pressionada a dar informações. "Disse que tinha que me proteger". Quando começava um novo livro, pedia a Valéria para "fechar a peneira" e recusar convites para poder se concentrar no trabalho.

O escritor deixa quatro filhos: Bento, que mora em São Paulo, Francisca, que vivia com a família no Rio de Janeiro, Emília, que vivia em Salvador, e Manuela, que esta vindo de Munique, na Alemanha, para o enterro. O enterro será realizado no sábado (19), ainda sem horário confirmado. Pelo Twitter, Bento agradeceu o apoio de seus seguidores e deu adeus ao pai: "obrigado a todos pelas mensagens. Tchau, meu pai. Foi cedo, vai fazer muita falta."

No velório, foram colocadas coroas de flores da Academia Brasileira de Letras, da Prefeitura do Rio de Janeiro, Grupo Estado, Império da Tijuca Editora e do boteco Belmonte, do qual o escritor era frequentador no Leblon.

A editora Objetiva preparava uma edição especial de Viva O Povo Brasileiro em homenagem aos 30 anos do livro, completados neste ano.

Fonte: Terra
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